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Perícia diz que vídeo de Padre Lancellotti se masturbando para menor é verdadeiro

Os vídeos foram gravados em 26 de fevereiro do ano de 2019 e novamente periciados.

Neste sábado (20), a Revista Oeste divulgou que a Arquidiocese de São Paulo está prestes a receber quatro vídeos que mostram o padre Júlio Lancellotti se masturbando para um menor de idade.

Ainda segundo a publicação, a veracidade das cenas, gravadas em 26 de fevereiro de 2019, foi atestada por uma nova perícia técnica audiovisual, realizada há poucos dias. Oeste teve acesso a este documento com exclusividade.

Em mais de 75 páginas, os peritos Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti analisaram o estado de conservação dos arquivos, observaram cada frame dos filmes, realizaram os exames prosopográficos (técnica que identifica as características faciais e do ambiente), inspecionaram os áudios e comprovaram sua integridade, informou a Revista Oeste.

Foto: Divulgação/PeríciaOs vídeos em poder de Oeste foram gravados ,
Os vídeos em poder de Oeste foram gravados pelo adolescente, que tinha apenas 16 anos na época.

Os vídeos, em poder de Oeste, foram gravados pelo adolescente, que tinha 16 anos na época das conversas com Lancellotti.

Sobre o caso

Conforme a Revista Oeste, a cena inicial mostra uma tela de celular, com trocas de mensagens no aplicativo WhatsApp. Depois, começa a videochamada e a câmera oscila entre as partes íntimas e o rosto do padre.

Em 2020, essas imagens circularam por algum tempo nas redes sociais. Na época, o perito Onias Tavares de Aguiar confirmou a autenticidade do vídeo. Contudo, o Ministério Público (MP) arquivou a investigação por “falta de materialidade”.

A revista detalha que perícias do gênero chegam a um veredito depois da verificação de distintos elementos: contorno facial, altura da calvície, inclinação do nariz, acessórios, mobílias. Tudo isso foi comparado com imagens do padre em outras situações. Por exemplo, em entrevistas a emissoras de televisão.

Após ser constatado todas as convergências e verificado a ausência de vestígios de adulteração dos arquivos, Reginaldo e Jacqueline concluíram que Júlio Lancellotti é o homem que aparece nas imagens, divulgou a Oeste.

CPI das ONGs

A publicação aponta que a denúncia será apresentada poucos dias depois de o cardeal dom Odilo Scherer encaminhar um ofício para o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), solicitando o envio das “denúncias de extrema gravidade” que o vereador Rubinho Nunes (União) recebeu contra Júlio Lancellotti.

Após apresentados à arquidiocese, os vídeos devem ser exibidos a portas fechadas para a plateia formada por integrantes do colégio de líderes da Câmara Municipal. Como se reúnem sempre às terças-feiras, o próximo encontro será em 23 de janeiro.

A revista evidencia que o material que ampara a denúncia foi resgatado por parlamentares empenhados em instaurar CPI das ONGs. Conforme o autor da proposta, Rubinho Nunes, o objetivo é investigar os grupos que atuam no centro da capital paulista, no qual se distribui a cracolândia.

Apresentado no fim do ano passado, o requerimento para a instauração da CPI das ONGs teve 25 assinaturas. A comissão pretende investigar com especial rigor duas instituições: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e a Craco Resiste. Ambas miram a população de rua e dependentes químicos no centro da capital. É o que faz Júlio Lancellotti, ex-conselheiro do Bompar.

De acordo com a publicação, em dezembro, o padre garantiu que não tem poderes para influenciar tais entidades nem tem projetos conjuntos com as organizações. 

Reação da esquerda

A revista Oeste pontua que diante do reaparecimento do vídeo, o establishment político-midiático e a esquerda se mobilizaram para abortar a CPI das ONGs.

De acordo com a publicação, a União Nacional dos Estudantes (UNE) juntou-se ao movimento. Seus dirigentes sustentam que “é inadmissível que, no Estado com o maior número de pessoas em situação de rua, aqueles que atuam para o acolhimento e garantia de seus diretos básicos sejam perseguidos e tratados como criminosos”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também aliou-se ao padre, ao declarar que Júlio Lancellotti “dedica sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas”.

Através de nota o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também saiu em defesa do líder religioso. “O MST se solidariza com o padre Júlio Lancellotti, que sofre ataques da extrema direita”, afirmou o documento.

Recuo de parlamentares

A Revista Oeste detalha que pressionados pelo bloco de esquerda, pelo menos sete parlamentares desistiram da abertura da CPI. Para que a comissão seja instalada, o texto precisa ser apreciado pelo colégio de líderes e pelo plenário. Nesta última instância, a aprovação exige o apoio de 28 vereadores.

Em 2020, esse mesmo vídeo foi enviado à polícia por uma denunciante anônima. Uma reportagem da revista piauí insinuou que o vídeo foi forjado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), informou a publicação.

Nova perícia

No início deste ano o vídeo de Júlio Lancellotti voltou a evidência com a possibilidade de instauração da CPI das ONGs em São Paulo.

Segundo a Revista Oeste, ao contrário dos peritos que atestam a veracidade do documento, o currículo de Gazziro é indigente. Ao pesquisar o nome de Gazziro no Jusbrasil, Oeste se deparou com apenas quatro processos.

De acordo com a Oeste, nenhum deles é sobre perícia. Em seu currículo, não constam cursos de perícia nem registros profissionais para o exercício da profissão.

Embora a ausência de registro não implique necessariamente em ilegalidade, a falta do cadastro ressalta que Gazziro não atua frequentemente como perito, apenas em situações particulares.

Ainda conforme a publicação, oficialmente, a Arquidiocese de São Paulo afirma que ainda não recebeu nenhuma denúncia vinculada ao padre Júlio Lancellotti e, portanto, desconhece o conteúdo das investigações.

Com informações da Revista Oeste.

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