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APL faz homenagem a A. Tito Filho, João Pinheiro e Odilon Nunes neste sábado

O lançamento das três obras ocorrerá neste sábado (28), às 10h, na sede da Academia Piauiense de Letras. Além dos imortais, familiares e amigos dos escritores homenageados comparecerão.

Os três lançamentos deste mês de março da Coleção Centenário são obras históricas, de relevância emocional para a literatura piauiense: "Fogo de Palha", de João Pinheiro; "Depoimentos Históricos", de Odilon Nunes; e "Sermões aos Peixes", de Arimathéa Tito Filho, têm um caráter histórico do que há de mais representativo da literatura piauiense. A coleção, composta por 100 obras, comemora, até 2017, o centenário da Academia Piauiense de Letras.

Da extensa obra de Odilon Nunes, "Depoimentos Históricos" narra o surgimento das principais igrejas do Estado, como a de Nossa Senhora da Vitória, a de Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora da Graça e São Benedito, também as principais fazendas que povoaram os territórios nordestinos.

Dotado de grande capacidade historiográfica, Odilon Nunes estudou o Piauí como poucos, viajou por seus territórios e observou o modo de vida do povo. "Não nos esqueçamos que o Piauí tem muita terra para a pecuária e a agricultura, e um rico lençol de água subterrâneo. Mas, população como a nossa, dispersa em grandes áreas de pouca produtividade, secularmente abandonada a seu próprio destino, adotando processo agrícola rotineiro, vindo do período colonial, permanecerá sempre marginalizada.", descreveu em sua obra, num relato do modo de vida que ainda prevalece nos dias atuais.

Já "Fogo de Palha" é uma narrativa de cenas rurais, como o roubo de uma custódia de ouro, em 1809, na igreja de Nossa Senhora da Vitória, em Oeiras. No prefácio da obra, o presidente da Academia Piauiense de Letras, Nelson Nery Costa, comenta a riqueza do estilo de João Pinheiro.

"Na procura por uma linguagem e um tema regionalizado, estava preocupado em narrar fatos históricos do Piauí e de colher em sua cultura uma identidade própria. São contos rurais, quase todos "do mato", nas caatingas, nos palmeirais ou nos campos de capim mimoso. Uma face brejeira, leve e quase cômica do povo de nossa terra, uma gente acostumada às dificuldades e sempre pronta para recomeçar, como se pode comprovar com a leitura da segunda edição de "Fogo de Palha" de João Pinheiro.", descreve.

Em "Sermões aos Peixes", Arimathéa Tito Filho uniu crônicas que representam fatos que mexeram com o país e com o Estado, chamando sempre a atenção para o social e o religioso, como o problema das crianças e adolescentes abandonados pelas ruas, a exacerbação da nudez nas propagandas, a genialidade do cinema de Walt Disney, o uso de gírias pela juventude.

"Arimathéa Tito Filho foi o maior retratista da sociedade piauiense nas décadas de sessenta a oitenta do século XX. Com ele, a crônica ganhou status de gênero literário de envergadura, como se fosse uma confissão de fé: "ser sábio é ser forte, é amar o próximo" (Eternidade da Bíblia).", afirma Nelson Nery em seu prefácio.

O lançamento das três obras ocorrerá neste sábado (28), às 10h, na sede da Academia Piauiense de Letras. Além dos imortais, familiares e amigos dos escritores homenageados comparecerão.
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