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Homem que teve Fusca 75 queimado em protesto ganha uma Brasília 1980 em São Paulo

Presente foi enviado por empresário do PR; serralheiro pagou só R$ 700.

O serralheiro Itamar Santos, de 54 anos, que teve o Fusca 1975 incendiado durante um protesto em São Paulo em janeiro, ganhou uma Brasília 1980 amarela de presente de um empresário de Curitiba, que mandou o veículo por uma cegonha para São Bernardo do campo.

"Estou muito contente, o carro é tão perfeitinho que dá até pena de usar", brinca Itamar, que carregavava peças pesadas no Fusca que foi queimado. "O que aconteceu comigo foi estar na hora errada no lugar errado. Deus me livre, isso não vai acontecer comigo com este carro", brinca ele.ja sabia tinha

Itamar teve que pagar apenas R$ 700 pelo deslocamento da Brasília do Paraná até São Paulo. "Para mim, o assunto morreu aqui. Agora a coisa é com a polícia, é com eles. Não quero mais lembrar do que aconteceu", diz o novo proprietário da Brasília.

O serralheiro, que mora na Zona Sul da capital, usava o Fusca como instrumento de trabalho. Itamar não acredita que os vândalos tinham a intenção de destruir seu carro ou de machucá-lo. "Não acredito que foi proposital, foi um acidente. Mas não quero mais saber de fogo, vou fugir disso (agora)", afirma.

A história

A filha de Itamar, estagiária em recursos humanos Lívia Santos, de 25 anos, viveu duas horas de pânico ao ver pelo Jornal Nacional as imagens do Fusca onde a família estava ser consumido pelas chamas, consequência da manifestação contra a Copa do Mundo.

“A gente reconheceu pelo carro e pela camisa dele”, ao relembrar as cenas do pai tentando impedir que o veículo fosse destruído.

Itamar dirigia pela região da Consolação quando viu outros dois carros passarem sobre barricadas em chamas colocadas pelos manifestantes. Ele resolveu seguir o mesmo caminho, mas um colchão em chamas se prendeu ao carro.

No momento do fogo, uma criança e três mulheres também estavam no carro, segundo a filha.

O carro foi um presente do irmão, recebido há cinco anos. Um bagageiro no teto servia para transportar as estruturas de ferro feitas pelo serralheiro. Um dia antes de pegar fogo, o carro tinha passado pela inspeção veicular ambiental da Controlar e foi aprovado, segundo a família.

Vandalismo

O incêndio no Fusca foi uma das consequências dos atos de vandalismo cometidos por mascarados na região central. O ato, que começou pacífico, chegou a reunir 2,5 mil pessoas.
Entretanto, cento e vinte e sete manifestantes foram detidos e liberados neste domingo (26). Eles foram presos sob a suspeita de danos na região do protesto. Black blocs destruíram vidraças de agências bancárias, concessionárias e também um carro da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
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