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Laudo confirma abuso sexual em criança que morreu intoxicada em ritual de magia negra

Segundo conselheiro Djan Moreira, o laudo provou que a menina de 10 anos estava com HPV; para ele, os pais já deveriam estar presos.

O Conselho Tutelar da zona Leste de Teresina, na pessoa do conselheiro Djan Moreira, confirmou que houve abuso sexual na criança que morreu sob suspeita de intoxicação. Em entrevista por telefone, nesta terça-feira (03/05), ele confirma inclusive que o caso envolve mais quatro crianças.

Francisca Alice tinha 10 anos de idade e teve morte confirmada na última quinta-feira (28/04), após passar quinze dias internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Os pais disseram que ela ingeriu uma bebida chamada “garrafada”, que foi recomendada num suposto ritual de magia negra. A criança foi levada ao hospital com marcas em formato de cruz e de cabeça raspada. O laudo confirma inclusive que ela morreu com HPV.

“As informações que nós temos é que o laudo vindo do Serviço das Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvis) constatou que houve abuso. Está entregue nas mãos da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, com a delegada Tatiana, da qual confiamos bastante. Infelizmente a criança faleceu e era quem poderia dizer quem abusou sexualmente. Mas acreditamos que a Polícia chegará aos autores do que aconteceu”, disse Djan.

A morte de Francisca Alice ainda está cercada de dúvidas devido a maneira como ela foi levada ao hospital. Os pais da criança já relataram à Polícia sobre o assunto, mas evitam falar com a imprensa. A delegada Tatiana Trigueiro também já afirmou que não irá se pronunciar até que todo o caso seja esclarecido. O líquido que a criança teria ingerido foi levado para ser examinado por um laboratório fora do Piauí.

“Este caso ainda está cheio de interrogações. O que nós, do Conselho Tutelar, pudermos fazer, iremos fazer. Confiamos no trabalho da Polícia e nos cabe esperar por um posicionamento. Está tudo nas mãos da Polícia, e da Justiça. Mas o que sabemos é que há outras quatro crianças envolvidas. E já entregamos os nomes e os endereços para que seja apurado e isso não mais ocorra. Afinal uma criança perdeu a vida”, afirmou.

Djan revela que se dependesse do Conselho Tutelar, os pais já teriam sido presos, mas cabe à Polícia, ao Ministério Público e à Justiça. No relato dos pais, eles alegam que queriam salvar a filha de uma crise de asma que sofria. Teriam desembolsado mais de R$ 3 mil para fazer um suposto tratamento recomendado por um ritual, que teria a ver com umbada, num terreno localizado na cidade de Timon, no Maranhão.
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