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Banco Central confirma especulação e reduz taxa de juros para 6,5%

A Taxa Selic sofreu 12 reduções seguidas e voltou para um dígito no ano passado.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu novamente, nessa quarta-feira (21), a taxa de juros em 0,25% , fixando a Taxa Selic em 6,5%. O valor é o menor registrado em toda a série histórica, iniciada em 1986. A medida já era esperada pelo setor financeiro que especulava a redução dos juros simples para este ano.

A decisão do Comitê, unânime, considerou os sinais de uma “recuperação consistente da economia brasileira”, levando em conta que o cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica cresce globalmente, e as expectativas para a inflação, em torno de 3,6% para este ano e 4,2% e 4,0% para 2019 e 2020, respectivamente. Os juros reduziram 12 vezes seguidas e voltaram a registar um dígito em julho do ano passado.

  • Foto: Divulgação/Google MapsProjeção de inflação cai juntamente com estimativa do PIB, conforme Banco Central.Projeção de inflação cai juntamente com estimativa do PIB, conforme Banco Central

Segundo o comunicado divulgado pelo Banco Central, o comitê entende que a conjuntura econômica “prescreve política monetária estimulativa”. Em outras palavras, a tendência no momento é que as taxas de juros fiquem abaixo da taxa estrutural.

O órgão ainda anunciou uma nova redução no corte na Selic, contrariando a expectativa dos economistas, que esperam o fim das reduções nos juros. O objetivo do corte seria garantir que a inflação chegue a 4,5% no fim do ano.

"A evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, o comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional [nova redução da Selic]", informou o Copom.

O órgão enfatiza que a queda da taxa de juros também é ocasionada pela "aprovação de reformas e ajustes necessários na economia brasileira". As estimativas do valor para a taxa continuam sendo reavaliadas pelo Copom.

Crescimento do consumo

Para a economista Caroline Rodrigues, a redução da taxa de juros deve incentivar o consumo e a cadeia produtiva, pois a oferta de crédito fica maior e os custos de produzir e consumir ficam menores.

“Taxas de juros baixas favorecem o investimento produtivo porque vai ficar mais barato os empresários pegarem empréstimos nos bancos, e incentiva o aumento do consumo de bens e serviços. O cartão de crédito não fica tão caro”, explica.

Ainda assim, a taxa de juros muito baixa pode ser maléfica para a economia nacional.

“A taxa de juros é o preço do dinheiro. Assim, taxas muito baixas fazem os investidores estrangeiros retirarem dinheiro dessa economia e procurarem locais onde eles possam ganhar mais. Quando há muita fuga de moeda estrangeira no país, ocorre uma escassez dessa moeda estrangeira no território nacional o que pode levar a um aumento da taxa de câmbio principalmente se o país não tiver em um momento de grandes exportações (outra fonte de moeda estrangeira)”, pontua Caroline Rodruigues.

Ainda assim, não é o caso da economia nacional, pois o valor não está muito baixo. “Dentro da conjuntura brasileira atual, a intenção do governo com a baixa da taxa de juros é basicamente tentar fomentar com processo de confiança aos empresários e tentar aumentar o consumo das famílias”, finaliza a economista, lembrando que o país se encontra em um cenário econômico de recuperação e em um ano eleitoral.

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