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Câmera escondida flagra pacientes sem atendimento no HUT

Superlotação e falta de enfermeiros complicam a situação no hospital. Sindicato diz que 50% dos técnicos em enfermagem aderiram a greve.

Os pacientes do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) reclamam da superlotação e da falta de atendimento no local. Logo no setor de triagem é possível ver a grande quantidade de pessoas. Com a greve dos enfermeiros e técnicos em enfermagem da rede municipal, a situação ficou ainda mais grave. A equipe de reportagem da TV Clube entrou no hospital, e com o uso de uma câmera escondida, acompanhou de perto o drama vivido pelos pacientes.

A dona de casa Jaqueline Sousa reclama da demora no atendimento. “Estou aqui com a minha mãe doente, aguardando que os técnicos venham trocar o soro que já acabou há horas e não tem ninguém para fazer isso”, reclama.

O pedreiro Antônio Gomes, mostrou a clavícula quebrada. Ele foi até o HUT para buscar atendimento médico, mas desistiu de esperar. “Fiquei aguardando o dia inteiro e nenhuma enfermeira ou médico chegou para me atender. Consegui apenas fazer a ficha do atendimento, mas ficou só nisso. Agora vou procurar outro local para vê se consigo atendimento”, afirmou.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Técnicos em Enfermagem do Piauí, Erick Roccely, cerca de 50% dos profissionais já pararam suas atividades. “No hospital são mais de mil técnicos e enfermeiros, sendo que destes, mais da metade já pararam suas atividades. Nós estamos reivindicamos aumento salarial e melhores condições de trabalho. Um técnico chega a receber apenas R$ 579, muito menos que um salário mínimo que é de R$ 678”, disse.

Segundo Erick Roccely a superlotação também pode ser vista nas salas de urgências feminina e masculina. “Na sala de urgência feminina há capacidade para cinco pessoas e hoje tem 12, o mesmo acontece na sala masculina”, denuncia.

Para o eletricista Francisco Carlos a situação é lamentável. “Desde domingo estou internado e aguardo há três dias que os profissionais de saúde venham trocar um curativo. É lamentável esta situação que temos que enfrentar”, disse.

Sobre os problemas relatados a direção do HUT, por meio de sua assessoria de imprensa informou que o atendimento está sendo feito dentro da capacidade do hospital e que a superlotação se deve ao fato deste ser o único a atender os casos de urgência e emergência no estado.
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