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Cientista político diz que reformas de Temer têm viés ideológico

No parlamento estadual, alguns deputados já se posicionaram sobre os dois projetos.

A reforma trabalhista recentemente aprovada na Câmara dos Deputados gera polêmica entre parlamentares e a sociedade civil em geral, desde que foi proposta. O projeto de autoria do presidente Michel Temer (PMDB) divide opiniões no parlamento nacional, assim como a Reforma Previdenciária.

Na tarde desta quarta-feira (03), o Viagora ouviu o cientista político Robert Bandeira sobre as proposições. Para ele, as reformas não têm cunho social e que mudanças desse tipo não possuem históricos de sucesso.

“Elas são retrocessos no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores. Assiste-se, hoje, um estado que busca se reduzir perante às suas ações diante à sociedade, em termos de política e de direitos aos seus cidadãos, o que denuncia uma dimensão ideológica de redução do Estado. Tal dimensão foi várias vezes utilizada na história e em nenhuma delas obteve êxito”, analisou.

No parlamento estadual, alguns deputados já se posicionaram sobre os dois projetos. O Deputado Estadual João de Deus (PT) e o Deputado Estadual Dr. Pessoa (PSD) opinaram sobre as Reformas Trabalhista e Previdenciária, em sessão na Assembleia Legislativa do Piauí na terça-feira (02), em discursos repercutindo o Dia do Trabalhador.

“Se nós estabelecermos aqui através de uma lei, que a partir de agora as negociações individuais entre as pessoas estão a cima da Lei, estaríamos simplesmente decretando a falência do Poder Legislativo”, disse João de Deus à respeito da relação “negociado sobre legislado”.

Ele disse, ainda, que as Reformas Trabalhistas e Previdenciária não têm os trabalhadores como principais reivindicadores. “Os trabalhadores, organizados através da centrais sindicais, sentiram na pele que a ascensão do Presidente Temer atende os interesses de um segmento, que é o segmento patronal, que vem de forma gananciosa querendo tirar os direitos dos trabalhadores para aumentar o seu lucro”.

João de Deus questionou também o tempo para descanso, a contribuição de trabalhadores rurais, a impossibilidade de recorrer à Justiça, caso, no exemplo dado por ele, o trabalhador for demitido por justa causa, o que é inconstitucional, diz.

O Deputado petista questionou a falta de algumas ações para a melhoria da situação econômica do Brasil. “Por que não cobram o Bradesco que deve mais de R$500.000,000 (quinhentos milhões de reais) à Previdência, e tantas outras empresas privadas que não pagam a Previdência? Por que não se acaba com o famoso incentivo fiscal, muitas vezes de forma indiscriminada, que fica prejudicando a arrecadação do Governo Federal?”, indagou.

Já o Dr. Pessoa criticou a rapidez com que está se dando as aprovações das Reformas. “Estão tentando fazer de forma emergencial, desequilibrada, de forma danosa. A maneira que estão fazendo a Reforma é rasgar a CLT, é rasgar o lado bom da história do Getúlio Vargas. Eu não concordo com essa perversidade, dessa maneira que está sendo imposta”, finalizou.

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