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Covid-19: Mais de 80% das pessoas que morreram tinham doenças crônicas

Segundo o infectologista Walfrido Salmito, quando o coronavírus entra em contato com o corpo humano, o desfecho é imprevisível.

O primeiro óbito por Covid-19 em Teresina ocorreu no dia 26 de março e a vítima era um homem de 88 anos de idade, que era hipertenso e diabético. Passados três meses, a capital já contabiliza, até esta segunda-feira (13), a morte de 527 cidadãos vítimas da doença, segundo a prefeitura de Teresina.

Desse total, 81% tinham doenças crônicas e 76% eram idosos, mas há registro também de jovens que foram fatalmente afetados pelo vírus.

  • Foto: Divulgação/PMTMortes por coronavírusMais de 80% das pessoas que morreram por Covid-19 em Teresina tinham comorbidades.

Seguindo uma tendência nacional, o boletim epidemiológico de Teresina evidencia maior letalidade da doença nos grupos de risco, como idosos e pessoas que tem doenças crônicas, a exemplo de hipertensos, diabéticos, cardiopatas, renais crônicos e transplantados. “Mas todos devem estar atentos para os cuidados de prevenção porque pode haver complicações em todas as faixas etárias”, ressalta o médico infectologista Walfrido Salmito.

Segundo o infectologista, quando o coronavírus entra em contato com o corpo humano, o desfecho é imprevisível. “A Covid-19 é uma doença nova, que está sendo alvo de estudos científicos no mundo. O resultado do vírus no corpo tende a ser pior em pessoas idosas ou que já tem doenças crônicas, porém há casos em Teresina de pessoas, inclusive jovens, sem histórico de doenças que também morreram com Covid-19”.

O vendedor autônomo Edson Ferreira, de 52 anos de idade, venceu a batalha contra o vírus, mas perdeu a mãe Maria das Graças, de 88 anos, e o irmão José de Ribamar, de 69 anos, que foram vítimas da Covid-19 em Teresina. Em vídeo publicado na imprensa, ele fez um apelo à população. “Gostaria de compartilhar minha dor com vocês, porque essa grave doença está ceifando vidas no mundo. Cuidem das suas vidas, pelo amor de Deus. Fiquem em casa”.

Mariana Cordeiro, servidora pública e filha de Edson Ferreira, conta que é a favor de isolamento social mais rígido na cidade. “A dor de perder dois entes da família é imensurável. Nós lamentamos todas as mortes porque sabemos que há pessoas por trás dessas estatísticas. Percebemos que a Prefeitura tem adotado várias medidas para conter o vírus, mas acredito que é necessário a colaboração de todos para que sigam as ações de prevenção recomendadas”

O estudante de arquitetura Guilherme Sousa também está de luto em Teresina. O seu pai Arnaldo Alves, que atuava como policial, faleceu após complicações decorrentes da Covid-19. “Ele era um homem muito corajoso, um exemplo de pai e profissional. Gostaria de pedir que a população aderisse ao isolamento social porque isso faz a diferença entre a vida e a morte, evitando a proliferação do vírus”.

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