Covid-19: Médico cubano desenvolve tratamento sem cloroquina no Piauí
O médico Jesús Fleitas Rivero, que se formou em Cuba e atua há 23 anos no Piauí, criou um novo protocolo de tratamento que vem apresentando bons resultados em pacientes contaminados pelo coronavírus.
O aumento dos casos do novo coronavírus no Brasil e no mundo tem preocupado as entidades médicas e científicas, que estão em uma corrida desde que foram detectadas as primeiras infecções para conseguir uma vacina eficaz e um tratamento que possa reduzir a mortalidade da doença causada pelo vírus, a Covid-19.
No Piauí, a equipe do Hospital Regional Tibério Nunes, situado no município de Floriano, tem obtido sucesso no tratamento de pacientes com Covid-19 utilizando uma combinação de medicamentos corticoides e cloroquina, protocolo adotado por médicos em hospitais de Madrid, capital da Espanha.
Em Teresina, o médico cubano Jesús Fleitas Rivero, de 52 anos, criou um novo protocolo de tratamento que vem apresentando bons resultados em pacientes contaminados pelo coronavírus. O cardiologista é formado em Cuba e mora há 23 anos no Piauí, atuando no enfrentamento à Covid-19 em três hospitais da capital: DMI, Itacor e Med Imagem.
Em um vídeo publicado por ele nas redes sociais, Jesús relata que em nenhuma das fases da doença administra ou indica a seus pacientes o uso da hidroxicloroquina, medicamento que vem causando muitas controvérsias no meio científico por causa dos seus efeitos colaterais.
No tratamento desenvolvido por Rivero, em todas as fases da Covid-19 são usados basicamente três medicamentos - nitazoxanida, azitromicina e prednisona.
De acordo com o médico, dependendo da evolução da enfermidade e da situação de cada paciente, algumas medicações complementares como metilprednisolona, antibióticos de amplo espectro e heparina são acrescentadas.
Tratamento
O médico Jesús Fleitas Rivero dividiu a Covid-19 em quatro fases: 1 - replicação do vírus; 2 - inflamatória; 3 - trombogênica; 4 - da coagulação intravascular disseminada.
Na primeira fase, da replicação viral, que vai de 1 a 5 dias, o tratamento é feito com nitazoxanida e azitromicina.
“Na fase inicial da doença, a da replicação, o paciente apresenta febre tosse e perde o olfato e o paladar. A pessoa comprovadamente infectada, recebe a prescrição e fica em casa, isolada, sem contato com familiares ou amigos, tomando os remédios e as medidas de higiene”, explica o médico.
Na segunda fase, a inflamatória, que vai de 5 a 10 dias, é quando cresce a velocidade de sedimentação sanguínea e se eleva radicalmente a concentração da chamada proteína “C reativa” no sangue. Além dos medicamentos aplicados na primeira fase, soma-se a prednisona.
“Essa é a fase chamada de tormento imunológico, do mal estar geral, dor, febre e tosse. O repouso de pelo menos 12 horas por dia é importante para poupar esforços do paciente”, comentou Jesús.
A terceira fase, da trombogenia (formação de trombos), que vai de 7 a 12 dias, é subdivida em duas subpartes e o médico relatou é acrescida a Heparina BPM (Baixo Peso Molecular).
Jesús Rivero explica que no primeiro momento da terceira fase da doença há uma trombogenia pulmonar superficial, dificultando a respiração (falta de ar). No segundo momento, a situação se agrava, porque começa ocorrer uma trombogenia pulmonar profunda.
“Neste ponto, é necessária uso imediato da metilprednisolona EV, de antibióticos de amplo espectro e da Heparina BPM. É também neste ponto que os médicos devem avaliar a necessidade de respiração mecânica”, explicou.
A quarta fase da Covid-19, segundo o médico, é a mais grave, pois ocorre a coagulação intravascular disseminada nos pulmões, sendo necessário, além de toda a medicação prescrita, a ventilação mecânica. É nesta fase em que ocorrem a maioria absoluta dos óbitos.
Para o médico, apesar de estar obtendo sucesso com o protocolo desenvolvido por ele em pacientes com a Covid-19, a melhor ferramenta de combate ao coronavírus ainda é a prevenção e atenção básica de saúde, reforçadas pela higiene das mãos e superfícies.
Com informações do Piauí Hoje.
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