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CPMI da JBS aprova relatório final sem trechos considerados polêmicos

Um dos pontos retirados do relatório final foi a sugestão de indiciamento do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS foi aprovado, em votação simbólica, sem contagem de votos no painel eletrônico, depois que o relator, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aceitou retirar pontos considerados polêmicos pelos integrantes da comissão. O deputado Delegado Francischini (SD-PR) havia pedido vista do relatório de Marun.

  • Foto: Vinícius Loures/Câmara dos DeputadosCarlos Marun e Ataídes Oliveira, durante a reunião da CPMI da JBS.Carlos Marun e Ataídes Oliveira, durante a reunião da CPMI da JBS.

Foram excluídos a sugestão de indiciamento do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ponto também questionado pelo deputado Francischini; o projeto de lei que diminuía o poder do Ministério Público na celebração de acordos de delação premiada; e o pedido de investigação das denúncias feitas pelo advogado Rodrigo Tacla Durán contra a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba (PR).

Segundo a Agência Câmara Notícias, no texto original, Marun pedia o indiciamento de Janot e do procurador da República Eduardo Pellela (ex-chefe de gabinete de Janot) por prevaricação, abuso de autoridade e “incitação à subversão da ordem política”, crime previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).

Segundo o relator, Janot e Pellela sabiam das negociações relativas à colaboração premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista e da participação do ex-procurador Marcello Miller, acusado de favorecer os controladores do frigorífico JBS em troca de um contrato milionário com o escritório de advocacia que tratava do acordo de leniência do grupo.

Marun disse ainda esperar que a atuação da antiga cúpula do Ministério Público seja investigada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. “Espero que ela dê continuidade às investigações”, afirmou o relator, para quem houve um complô para derrubar o presidente Michel Temer e impedir a nomeação de Dodge como sucessora de Janot.

O deputado Carlos Marun tomaria posse ontem à tarde como ministro-chefe da Secretaria de Governo, no lugar do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), que retorna à Câmara. A solenidade foi adiada porque Temer estava se recuperando de cirurgia urológica em um hospital de São Paulo, mas já recebeu alta no dia de hoje (15).

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