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CRM-PI vai discutir uso da cloroquina por pacientes com Covid-19

O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) vai se reunir para discutir o uso do fármaco no tratamento de pacientes com a Covid-19.

Na última quarta-feira, 20 de maio, o Ministério da Saúde publicou um novo protocolo liberando o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes com casos leves da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

O medicamento tem sido alvo de uma grande discussão sobre sua eficácia no tratamento da Covid-19, já que ainda não há estudos científicos concretos que confirmem que ela possua efeitos positivos no quadro de infecção pelo coronavírus. Um estudo recente apontou que o uso da cloroquina pode elevar o risco de morte e causar problemas cardíacos em pacientes com a Covid-19.

Devido a isso, o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) vai realizar uma reunião para discutir o uso do medicamento no estado.

“Com novos estudos e novas experiências no mundo, nós estamos revisando essas recomendações e hoje é apenas mais uma revisão dessa recomendação. Ninguém está falando ainda que o médico está proibido de prescrever nenhum tipo de fármaco nesse sentido, mas nós vamos deliberar sobre como fica a situação a partir de agora”, disse o Dr. Leonardo Luz, conselheiro do CRM-PI, em entrevista à TV Cidade Verde.

O conselheiro informou que o CRM-PI está atento aos estudos realizados com a cloroquina e que, caso haja a comprovação de que seu uso possa ser prejudicial aos pacientes, a entidade recomendará a não prescrição do fármaco.

“A eticidade se dá muito pela questão da assistência ao paciente. Lógico que estamos atentos ao que chamamos de iatrogenia, de não causar mal ou um dano adicional ao paciente, mas o médico também tem que estar resguardado pelos conselhos, no sentido de que boas práticas devem ou não ser disponibilizadas. A partir do momento que houver comprovação que a cloroquina ou qualquer outra medicação  não só não é eficaz, mas pode causar mal de fato, a recomendação será de não prescrevê-la para esses pacientes. Então será necessário um debruçar sobre esses trabalhos para que a gente possa tirar um conclusão mais efetiva”, declarou.

Leonardo Luz afirmou ainda que alguns hospitais da rede particular de Teresina já adotaram o novo protocolo e estão disponibilizando a medicação para pacientes com Covid-19. 

“Ao passo que o médico tem autonomia para prescrever essa medicação, os órgãos de responsabilidade, sejam públicos ou privados, devem disponibilizar essa medicação na rede, inclusive, recentemente, houve audiência pública com representantes do Ministério Público Federal e  Justiça Federal e isso foi colocado como necessário”, comentou.

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