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"É o direito penal nazista", diz advogado de defesa de Genoino Luís Fernando Pacheco

Genoino quer pôr fim ao calvário que arrastou seu nome à lama, diz advogado

O advogado de José Genoino, Luís Fernando Pacheco, tomou a palavra no STF logo após a defesa de José Dirceu e, assim como o colega, afirmou que o mensalão “não faz sentido”, criticou a acusação, disse que não “nenhum ato concreto que sustente a condenação” de seu cliente e duvidou das palavras de Roberto Jefferson, delator do mensalão e réu do processo: "Ele diz uma coisa a cada momento, dependendo do cenário, dependendo do palco, dependendo da plateia”.

Pacheco disse que Genoino é inocente e que está ansioso para por fim a "esse calvário" que "arrastou seu nome à lama" e que ele ainda vai poder dizer: ‘Eu sou José Genoino Neto, eu fui acusado injustamente, mas eu fui absolvido pela Suprema Corte do meu País’, afirmou o advogado. Ainda de acordo com a defesa, Genoino manteve seu padrão de vida e mora na mesma casa há 30 anos.

Ao afirmar que o mensalão "não faz sentido", Pacheco citou a votação da reforma da previdência. "Comprando-se apoio político de dez deputados, que é o que a denúncia traz, teriam esses deputados o condão de influenciar 357?", questionou. Ele também argumentou que Genoino, em 2002, "não participou das alianças formadas na campanha do presidente Lula", pois era candidato ao governo do Estado de São Paulo.

O advogado criticou a acusação e disse que "não há nenhum ato concreto que sustente uma condenação de José Genoino". "É o direito penal nazista. É judeu? Mata. E por quê? Porque é judeu. É petista? Foi presidente do PT? Então tem que ir para a cadeia", afirmou. Pacheco disse ainda que seu cliente, como presidente do PT, não tinha responsabilidades sobre as finanças do partido - essa era, segundo o defensor, atribuição do ex-tesoureiro Delúbio Soares, que teria solicitado os empréstimos nos bancos BMG e Rural devido à dívida contraída pelo PT. "É necessário frisar que esses dois contratos no qual Genoino era avalista são contratos absolutamente legítimos, não são falsos como diz o procurador-geral da República (Roberto Gurgel)."

Sobre os deputados do PP, sobre os quais paira acusação de corrupção ativa, o advogado de Genoino disse: "A acusação não diz quem teria dado o dinheiro a quem, como, quando, onde e por quê, absolutamente nada". Os deputados Pedro Corrêa e Pedro Henry são apontados como dois dos parlamentares que teriam recebido dinheiro em troca de apoio ao PT.

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