Escândalo político irrita gregos antes de eleições decisivas

 Detalhes escandalosos da vida de um ex-ministro que gastou € 20.000 (US$ 25.000) em hastes de cortina aumentaram a irritação do povo com o governo a ponto de ebulição antes da eleição de domingo.
Akis Tsohatzopoulos, de 72 anos, um socialista poderoso no passado e preso sob acusação de aceitar suborno e sonegar impostos, tornou-se um símbolo da corrupção que tem atormentado a Grécia nos 38 anos de governos dos partidos socialista Pasok e do conservador Nova Democracia, os dois partidos que apoiam o resgate ao país por credores internacionais.

O caso se tornou um símbolo da injustiça sentida por gregos comuns, que sofreram cortes nas aposentadorias e queda dos salários em um quarto no ano passado.

A raiva causada pelo caso Tsohatzopoulos é tão profunda que muitos gregos estão dispostos a aceitar o risco de uma vitória eleitoral de esquerdistas anti-resgate que podem levar o país a sair da zona do euro, apenas para punir uma classe política entrincheirada e fora de alcance.

"Perdi todo o meu dinheiro, enquanto pessoas como Tsohatzopoulos estavam aceitando subornos e sonegando impostos, e você está me perguntando se eu vou votar neles?", disse Dimitrios Panagiotou, de 71 anos, um funcionário público aposentado cuja pensão foi reduzida em um terço.

Uma série de suicídios desencadeada pelo desespero financeiro durante o mês passado está em contraste com o luxo relatado da família Tsohatzopoulos -- desde a sua segunda jovem esposa gastando milhares de euros em hastes de cortina, até sua noite de núpcias no hotel Four Seasons George V em Paris há oito anos.

Tsohatzopoulos, que é acusado de lavagem de dinheiro e uso de empresas no exterior para comprar uma mansão de luxo em Atenas, está preso aguardando julgamento. Ele foi ministro em 2004.