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“Essa reforma é muito pequena, tímida”, declara Gustavo Neiva

O deputado estadual fez críticas à proposta de reforma administrativa entregue nesta segunda-feira (18), na Assembleia Legislativa do Piauí.

Nesta segunda-feira (18), o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), entregou ao presidente da Assembleia Legislativa (Alepi), deputado Themístocles Filho a proposta de reforma administrativa do estado. O documento destaca uma série de ajustes para o equilíbrio financeiro e melhorias de investimentos entre os anos de 2019 e 2022. O governo prevê uma economia de até R$ 400 milhões por ano, com a reforma.

Em entrevista ao Viagora, o deputado Gustavo Neiva (PSB) fez críticas a proposta que será analisada pela casa. “Essa reforma é muito pequena, tímida, visto as necessidades que temos hoje. Na minha concepção o que o governador está propondo é simplesmente o desmanche do palanque eleitoral que ele mesmo criou a partir de 2017. É uma reforma que está muito aquém das necessidades. Ele poderia extinguir 50% dessa máquina administrativa que não iria fazer falta, o governo iria continuar funcionando perfeitamente”, afirmou.

  • Foto: Hélio Alef/ViagoraDeputado Estadual Gustavo Neiva (PSB)Deputado Estadual Gustavo Neiva (PSB)

Ainda sobre a reforma, o deputado enfatizou: “Esse projeto pretende extinguir 19 secretarias e órgãos. Mas, atualmente, o estado tem 59 órgãos consumidores de despesas. Ele está extinguindo 19, mas está criando mais dois, o que torna uma redução real de apenas 17 órgãos. Nisso ainda vão ficar cerca de 50 gestores desses órgãos, dentre secretarias e coordenadorias. Isso é muito, é demais. A estrutura que o estado do Piauí possui necessita de uma máquina mais enxuta, menor. E com certeza não haveria prejuízo”, disse.

Sobre a pretensão do governo em economizar 400 milhões, o parlamentar afirmou que o estado não vai atingir a meta. “Eu acredito que não. Esses são os cálculos feitos por eles. A reforma, tímida como está, não conseguirá essa economia com esse projeto que está sendo apresentado. Nós temos que ir muito além. A medida mais enérgica que o governo propõe com essa reforma é demitir mais de 300 servidores terceirizados. Servidor terceirizado é aquele servidor pequeno, o auxiliar de serviços gerais, a copeira, o vigilante. São aquelas pessoas que tem nesse emprego a sua única fonte de renda, além de estar há quatro meses com salários atrasados, agora vão perder seus empregos. Então o governador quer fazer uma reforma às avessas, começando de baixo para cima, quando na realidade ele deveria começar de cima para baixo, dando exemplo por ele mesmo, cortando mais significamente essa máquina administrativa para depois chegar nessas pessoas mais simples, mais vulneráveis, que são os servidores terceirizados”, explicou.

Quanto a aprovação da reforma na Assembleia Legislativa, o deputado disse que cortar gastos sempre foi defendido pela oposição. “Essa bandeira de enxugar a máquina administrativa e cortar gastos é da oposição. Há bastante tempo a oposição critica o tamanho da máquina do estado, o estado perdulário, o estado que gasta mal com uma estrutura monstruosa. Essa é a bandeira da oposição. O que a gente está criticando é o tamanho da reforma, que para nós da oposição ela está muito aquém do necessário. Então o governo deveria fazer uma reforma muito mais profunda, muito mais séria. Mas essa bandeira de redução da máquina é uma bandeira nossa. Só agora, infelizmente, depois da eleição, é que o governador resolveu dar ouvidos ao que a oposição vem dizendo há bastante tempo”.

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