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MP apura morte de paciente em unidade de saúde em Marcos Parente

A família de Letícia da Silva Carvalho disse que não havia médico plantonista na unidade de saúde e que esperou mais de uma hora por atendimento, até que foi decidido mudar a paciente de local.

A Promotoria de Justiça de Marcos Parente está acompanhando o caso da morte de uma paciente que havia procurado assistência no hospital da cidade. O promotor de Justiça Gerson Gomes Pereira coletou os depoimentos do pai e do irmão da falecida Letícia da Silva Carvalho.

  • Foto: Ministério Público do PiauíFachada da Promotoria de Justiça de Marcos Parente.Fachada da Promotoria de Justiça de Marcos Parente.

De acordo com os parentes, Letícia passou por quadros sucessivos de mal-estar depois de se submeter a uma cirurgia de laqueadura de trompas no hospital de Floriano. No último deles, verificado na noite do dia 13 de outubro, já em Marcos Parente, a família procurou a unidade de saúde local. Não havia médico plantonista no estabelecimento, somente estavam presentes o vigia e uma enfermeira.

A paciente teria passado mais de uma hora aguardando atendimento enquanto a enfermeira tentava contato com a Secretária Municipal de Saúde, até que a família decidiu transportar Letícia para Floriano. Lá, sem que a paciente tenha sequer sido retirada da ambulância, a médica de plantão declarou imediatamente o óbito e determinou o retorno para Marcos Parente. 

Ainda segundo o relato dos familiares, uma outra enfermeira comunicou que o corpo seria levado à cidade de Landri Sales para o sepultamento. Representantes de uma empresa funerária teriam procurado a família para negociar as despesas. Os familiares não foram retirar o corpo e nem receberam qualquer declaração ou certidão de óbito. 

Diante dos fatos narrados, o promotor de Justiça instaurou um procedimento administrativo para acompanhar a situação da estrutura organizacional na área da saúde em Marcos Parente. Os autos serão encaminhados à Defensoria Pública do Piauí para apuração de eventual direito de indenização à família da vítima. 

Gerson Gomes requisitou, ainda, a instauração de inquérito policial para investigação de eventual cometimento dos crimes de homicídio culposo e de ocultação de cadáver, e da contravenção de sepultamento sem registro de óbito. Por conta dessas circunstâncias, também foi instaurado procedimento para acompanhamento do serviço público municipal de cemitério. 

“Consideramos as declarações da família de que Letícia chegara ainda com vida na Unidade Mista de Saúde do Município, que passou mais de uma hora aguardando atendimento, de que foi atendida pela técnica de enfermagem e não por médico”, disse o promotor.

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