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Pessoas pardas e mulher são maioria da população piauiense, diz IBGE

Na quarta-feira, 6 de maio, o IBGE divulgou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua sobre os domicílios do Piauí.

Na última quarta-feira, 6 de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua sobre as características dos domicílios e da população piauienses em 2019.

Saneamento

Segundo mostra a PNAD Contínua, no Piauí, cerca de 114 mil domicílios ainda não possuem banheiro de uso exclusivo dos moradores. O número representa 11% dos lares do estado, percentual bem acima do verificado no país, onde apenas 2,2% das residências não possuem banheiro (cerca de 1,62 milhão de domicílios). O índice de residências no Piauí em que não há banheiro de uso exclusivo dos moradores é o 4º maior do país. 

A pesquisa também levantou outros dados sobre serviços de saneamento básico. A taxa de domicílios em que o lixo é recolhido diretamente pelo serviço de limpeza no Piauí é de 67,6%, a 4ª. menor do país, abaixo da média brasileira, que é de 84,4%. Em 26,7% das residências piauienses, o lixo é queimado na propriedade e em 3,2% o lixo é coletado em caçamba do serviço de limpeza. Cerca de 2,5% dos domicílios dão outro destino ao lixo. 

Quanto ao abastecimento de água, a rede geral de distribuição atende a 85,1% dos domicílios do Piauí. Cerca de 7,8% dos lares têm como fonte principal de água o poço profundo ou artesiano e 2,5% poço raso, freático ou cacimba. Aproximadamente 0,2% dos domicílios do estado são abastecidos por fontes ou nascentes e 4,4% usam outros meios para obtenção de água.

O acesso a água é diário em 94,5% das residências do Piauí em que a rede de distribuição geral de água é a principal forma de abastecimento. Em 4,5% dos domicílios, há disponibilidade de água entre 4 a 6 dias na semana. Já em 0,8% dos lares, a água está disponível apenas de 1 a 3 dias na semana.

A energia elétrica alcança a quase totalidade dos lares piauienses, no qual 98,6% dos domicílios são atendidos exclusivamente pela rede geral de distribuição. Em 99,1% dos domicílios que possuem acesso ao serviço pela rede geral, há abastecimento em tempo integral.

Casa própria

Cerca de 82,1% dos domicílios piauienses são de propriedade de um dos moradores e estão quitados, sendo o 2º maior percentual do país, de acordo com a PNADC 2019. No país, o índice é de 66,4%. Já proporção de residências alugadas no Piauí (7,9%) é a menor do Brasil e é menos da metade do que o observado no país (18,3%). Distrito Federal e São Paulo são os estados com os maiores percentuais de domicílios alugados, com 29,3% e 23,5% respectivamente. 

Em Teresina, cerca de 79,3% das residências são próprias e quitadas, enquanto 11,6% são alugadas. Aproximadamente 5% dos domicílios da capital são cedidos e 3,8% são próprios de algum morador, mas ainda sendo pagos. Ainda há 0,2% em outras condições de ocupação.

No Piauí, cerca de 97,4% dos domicílios são do tipo casa, enquanto apenas 2,6% são apartamentos. Em Teresina, a proporção de apartamentos é um pouco maior: 92% das residências são casas e 8% apartamentos. A média do Brasil também revela predominância de casas, que representam 85,6% do total, e 14,2% dos domicílios são do tipo apartamento. 

Número de moradores

As residências piauienses possuem, em média, cerca de 3,2 moradores cada. O valor posiciona o Piauí como o 6º estado com mais residentes por domicílio, juntamente com o Acre, que possui a mesma quantidade média (3,2). Apenas o Maranhão (3,4), Pará (3,4), Roraima (3,5), Amazonas (3,6) e Amapá (3,8) possuem mais moradores por domicílio do que o Piauí. A média no Brasil é de 2,9 residentes em cada lar.

Piso de residências

Cerca de 41% das residências do Piauí possuem piso de cimento, maior indicador do país de acordo com a PNADC 2019. O piso de 56,2% dos lares piauienses é de cerâmica, lajota ou pedra, o segundo menor indicador do país, e 2,8% dos domicílios utilizam outros materiais.

Quanto à cobertura dos domicílios, cerca de 93,6% das residências do Piauí são cobertas apenas por telhas sem laje de concreto, o segundo maior índice do Brasil. No país a média desse indicador foi de 49,8% e o estado que apresentou menor valor foi o Rio de Janeiro, com 17,2%. Por sua vez, a cobertura de telha com laje de concreto está presente em 3,2% dos lares e somente laje de concreto em 1,6%. Outros materiais são usados para a cobertura de 1,6% dos domicílios do estado.

O percentual de domicílios piauienses com paredes externas de alvenaria ou taipa sem revestimento passou de 19,7% em 2018 para 23,9% em 2019, o que equivale a 247 mil domicílios. Já a quantidade de residências com paredes externas de alvenaria ou taipa revestida caiu de 80,2% em 2018 para 76% em 2019 no Piauí. A tendência de aumento no número de residências com paredes sem revestimento é observada desde 2016, assim como a diminuição dos domicílios com paredes revestidas. 

Acesso a bens de consumo

Há pelo menos uma motocicleta em 51% dos lares piauienses, o segundo maior percentual do país, atrás apenas de Rondônia (51,4%). Os domicílios que possuem carro no Piauí representam 28,8% do total e, em 13,6% das residências do estado, há carro e motocicleta. Máquina de lavar roupa está presente em 29,4% dos domicílios, enquanto a geladeira alcança a quase totalidade dos lares: 96,5%.

Alimentação

Na preparação de alimentos, os domicílios utilizam um ou mais tipos de combustível simultaneamente. O gás de botijão é utilizado em 94,4% dos lares piauienses. A energia elétrica é utilizada em 74,1% dos domicílios, a lenha ou o carvão são utilizados em 43,5% das residências e 0,5% usam gás encanado.

De 2016 a 2019, houve crescimento no percentual de domicílios que utilizam lenha ou carvão para preparar alimentos no Piauí. Em 2016, cerca de 32,6% das residências utilizavam esse combustível, passando para 43,5% em 2019,  um crescimento de 10,9 pontos percentuais no período.

Domicílios com uma pessoa

No Piauí, o percentual de domicílios do tipo unipessoal, quando há apenas um residente, passou de 10% em 2012 para 12,3% em 2019. Isso significa que 127 mil pessoas moram sozinhas no estado, contra 93 mil em 2012, um crescimento de 36%.

Cerca de 63,7% das unidades domésticas dos domicílios piauienses são do tipo nuclear, isto é, constituídas por um casal com ou sem filho(s)/enteado(s) ou uma pessoa (homem ou mulher) com filho(s)/enteado(s). Em 22,7% dos domicílios, o modelo da unidade doméstica é o estendido, que é formado somente pela pessoa responsável com pelo menos um parente, não se enquadrando em um dos tipos descritos como nuclear. Em 1,2% das unidades domésticas, a formação é composta, ou seja, constituída pela pessoa responsável, com ou sem parente(s), e com pelo menos uma pessoa sem parentesco. 

Pessoas de cor parda e mulheres são maioria no Piauí

Dos 3,37 milhões de habitantes estimados para 2019 no Piauí, a maioria é de cor parda (70,6%). As pessoas de cor branca representam 18,9% e aqueles com cor preta são 10,4% no estado. Em Teresina, dos 865 mil habitantes estimados em 2019, cerca de 65,3% são de cor parda, enquanto 19,4% são de cor branca e 15,2% de cor preta.  No Brasil, dos 209,49 milhões de habitantes estimados em 2019, as pessoas de cor parda também são maioria (46,8%), seguidos pelos de cor branca (42,7%) e pelos de cor preta (9,4%).

As pessoas do sexo feminino são 51,8% da população total do Piauí. O percentual de habitantes do sexo masculino é 48,2% no estado. A predominância de mulheres se repete em Teresina, que possui 55,2% da população do sexo feminino, e no Brasil, com 51,8%.

População de 0 a 29 anos diminui cerca de 6 pontos percentuais de 2012 a 2019 no Piauí

A população piauiense compreendida entre as faixas etárias de 0 a 29 anos representava 50,55% do total em 2012, tendo passado a 44,6% em 2019, uma diminuição de 5,95 pontos percentuais no período. Por sua vez, a população entre 30 a 59 anos, que representava 36,8% do total em 2012, passou a 39,8% em 2019, apresentando um crescimento de 3 pontos percentuais naquele período. Já a população de 60 anos ou mais, que era de 12,7% em 2012, passou para 15,6% em 2019, uma elevação de 2,9 pontos percentuais no período. Esse comportamento observado evidencia a tendência de envelhecimento da população do estado.

Em 2019, a faixa etária com mais habitantes entre os homens é de 15 a 19 anos (9%). Já entre as mulheres, a concentração está na faixa de 30 a 34 anos, com 8,1%. A pirâmide etária começa a diminuir gradativamente a partir dos 50 anos para os homens e a partir dos 30 anos para as mulheres.

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