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PF cumpre mandados no Piauí na 26ª fase da Lava Jato

O empresário da Casa das Ferragens, Lourival Nery Junior foi levado para a sede da Polícia Federal, em Teresina. Após prestar depoimento, ele foi liberado.

A 26ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (22), teve desdobramento no Piauí. Por volta das 6h foi cumprido um mandado de condução coercitiva, quando o alvo é obrigado a prestar depoimento. O empresário da Casa das Ferragens, Lourival Nery Júnior foi levado para a sede da Polícia Federal, em Teresina. Após prestar depoimento, ele foi liberado.

Em 2012, o empresário era diretor financeiro da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, por indicação do senador Ciro Nogueira, e foi alvo da operação Águas Claras. Lourival era acusado de fazer looby para a a empresa Allsan, apontada como líder de um poderoso cartel para fraudar licitações de empresas contratadas por autarquias e companhias de água estatais, inclusive a Agespisa (Águas e Esgoto do Piauí S/A), cujo presidente era Raimundo Neto, irmão do senador.

Ao todo, a PF cumpre 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal. Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de capitais, corrupção, organização criminosa e evasão de divisas.

Cerca de 380 policiais federais atuam nessa fase da Lava Jato, que foi batizada de "Xepa" e tem como alvo o Grupo Odebrecht. Trata-se de um desdobramento da 23ª fase, que foi batizada de Acarajé.

A ação foi deflagrada no dia 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além de mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior e estão detidos na Superintendência da PF, em Curitiba.

As medidas deflagradas nesta manhã estão ocorrendo a partir da análise do material apreendido em etapas anteriores em que se descobriu que o Grupo Odebrecht mantinha um esquema de contabilidade paralela para pagar propina a pessoas ligadas ao poder público.

De acordo com o Ministério Público Federal, havia um "setor de operações estruturadas", que fez pagamentos de propinas até novembro de 2015, conforme troca de e-mails entre os investigados.
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