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Presidente do Inep diz que questões não serão vetadas no Enem

O presidente do Inep, Elmer Vicenzi, participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, onde respondeu a questionamentos sobre o Exame Nacional do Ensino Médio.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Vicenzi, informou que a organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 está dentro do cronograma previsto. O presidente fez a declaração durante audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, realizada nessa terça-feira (14).

Até o dia da aplicação, nos dias 3 e 10 de novembro, o processo envolve diversas etapas e procedimentos. Professores universitários são selecionados por meio de uma chamada pública para atuar na formulação das questões e são capacitados com orientações sobre como criar uma pergunta, que o instituto chama de “item”.

  • Foto: Agência BrasilElmer Vicenzi é confirmado como novo presidente do Inep pelo Ministério da Educação.Elmer Vicenzi participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, onde respondeu quesionamentos sobre o Enem.

Esses profissionais então elaboram as questões, que são pré-testadas. O objetivo do pré-teste é aferir a “psicometria da prova”, explicou o presidente. A partir disso, a prova é formatada, para ser impressa e depois distribuída aos locais de realização.

Vicenzi disse que uma novidade deste ano foi o novo sistema de inscrição. “A gente procurou trabalhar num sistema que fosse essa linguagem das redes sociais”, disse. Para pessoas com deficiência, haverá provas em braile, com fontes ampliadas e com tradutor em libras e auxiliar de transcrição na hora do exame.

A previsão é de aplicação da prova em 1.727 municípios nas 27 unidades da Federação. As cidades são escolhidas por um conjunto de critérios, como a quantidade de matrículas daquele local pela média do estado, o número de inscritos na última região e microrregiões, entre outros.

O presidente do Inep afirmou que a gráfica escolhida é uma “gráfica de segurança” e que faz documentos de identificação. Um batalhão em São Paulo é o centro de distribuição, de onde saem as provas e vão para outros batalhões e para o consórcio aplicador. Além disso, há escoltas da Polícia Federal, Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para o transporte.

Análise de questões

Em novembro, após a realização do Enem 2018, o então presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que sua equipe analisaria as questões da próxima edição do exame, descartando aquelas que fossem consideradas “desimportantes”.

Durante a audiência na Câmara com Elmer Vicenzi, a deputada Rosa Neide (PT-MT) colocou como preocupação a criação de uma comissão para analisar as questões. “O Inep é um órgão autônomo. Construção de questões de prova é papel de professor”, disse. O presidente do Inep também foi questionado sobre quem teria acesso ao conteúdo da prova.

Vicenzi respondeu que “não existe qualquer normativa de corte de temas nem limitação para grupos minoritários”. Segundo ele, o Inep assinou Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público para que esses grupos sejam incluídos.

Segundo o titular do instituto, em 2016 também houve comissão para leitura da prova e que esta é “mais uma” das várias comissões. “Nenhum item foi tirado da base nacional de itens”, informou. Ele disse que os processos estão “arraigados e normatizados”.

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