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PT quer atrair mais partidos antes de definir vice, diz Fábio Novo

Segundo o deputado, o partido está focado em conseguir mais siglas para apoiar sua pré-candidatura em Teresina antes de bater o martelo sobre vice.

A emergência de saúde pública causada pela pandemia do novo coronavírus acarretou em modificações no calendário eleitoral desse ano, quando devem ser realizadas as eleições municipais. O Congresso Nacional aprovou o adiamento do 1º e 2º turnos para os dias 15 e 29 de novembro, respectivamente.

Com as mudanças nas datas do pleito, foram alteradas também as datas para as convenções partidárias e para o início do período de propaganda eleitoral.

Em Teresina, os partidos já se articulam para ajustar seus calendários às novas datas. O deputado Fábio Novo (PT), pré-candidato a prefeito da capital, classificou o momento como desafiador.

“É um momento desafiador, bem diferente, aonde as pessoas vão ter que valorizar muito a rede social, aonde o contato presencial vai existir, mas será mais reduzido. Todas as campanhas anteriores você fazia muito corpo a corpo, era uma coisa muito forte, mas agora tem esse momento é desafiador. Então as pessoas vão ter que se reinventar”, disse em entrevista ao Viagora.

  • Foto: Kelvyn Coutinho/ViagoraDeputado Fábio Novo (PT).Deputado Fábio Novo (PT).

Fábio Novo comentou que a capital necessita de soluções criativas para problemas que o PSDB, partido que governa a cidade há mais de duas décadas, não conseguiu solucionar.

“No pós-pandemia, nós não vamos ter muito dinheiro, então não se pode fazer muitas promessas, mas é possível fazer um planejamento para resolver promessas históricas, que o PSDB não conseguiu resolver. Por exemplo, o transporte foi mal planejado, a integração não integra as pessoas. Na verdade, esse nome nem deveria existir, porque quando se fala em projeto de integração e locomoção das pessoas, teria que envolver vários modais: ônibus, metrô, ciclovia. Isso não foi pensado. Então um projeto que se diz integração, onde se gastou muito dinheiro, foram mais de R$ 400 milhões, foi um projeto que não deu certo. Antes, as pessoas levavam 40 minutos para chegar aos seus destinos, hoje estão levando duas horas. É preciso ter soluções criativas”, afirmou.

O deputado afirmou que há mais alternativas que poderiam ser utilizadas para facilitar a mobilidade urbana em Teresina. “Uma solução barata seria a criação de ciclovias. É uma realidade que está posta. Hoje você compra uma bicicleta elétrica por R$ 3 mil, e você pode rodar até 70 km nela. É uma solução criativa e barata para se colocar no transporte da cidade nesse modal e nunca se olhou para isso. Teresina é uma das capitais com menor índice de quilometragem nas ciclovias”, declarou.

Sobre a sua pré-candidatura, o parlamentar afirmou acreditar que possui boas chances de vencer a eleição. “Temos grandes chances sim. Uma pré-candidatura que começou em novembro com menos de 2% nas pesquisas, já passou de 10%, nos levantamentos que a gente tem. Mostramos que é possível fazer muito com pouco. Essa foi a minha marca na cultura”, disse.

“Eu estudei aqui. Eu conheço a cidade. Observo que, pelo trabalho que a gente fez de revitalização do Centro Histórico, é possível levar esse modelo para a prefeitura. Os prédios históricos do Centro que pertencem à Secretaria Estadual de Cultura estavam todos detonados. A biblioteca Cromwell de Carvalho estava fechada, o Clube dos Diários estava fechado, com ameaça de ruir, quase que desabando. O Palácio da Cultura estava muito feio, até a fachada original foi totalmente desconfigurada. Nós recuperamos tudo isso e ainda colocamos as nossas escolas de arte para funcionar. Mais vagas foram abertas nós triplicamos o número de alunos nas escolas de arte. Por isso que eu me considero para discutir temas importantes, seja na área da saúde, segurança, educação, moradia, regularização fundiária. Eu me considero preparado por isso”, comentou Fábio Novo.

Questionado se pretende realizar uma reforma administrativa e reduzir o número de secretarias caso seja eleito, o pré-candidato declarou que precisa ser analisada a situação do município.

“Você precisa ver a realidade do município. Por exemplo, a questão das SDUs, elas são suficientes para atender as zonas da cidade, precisa inclusive descentralizar mais, a cidade cresceu e hoje você tem situações que você não dá resposta para as demandas da cidade. A pandemia está mostrando que o Estado é necessário. Essa ideia de que o Estado tem que ser mínimo foi totalmente desmontada na pandemia. Se não fosse a presença do SUS, do Estado, a situação estaria pior. Então você precisa ver o que cabe na realidade da cidade. O que couber na gestão da cidade para que o braço da prefeitura possa chegar ao cidadão, ele é importante acontecer”, disse.

O deputado citou como exemplo as periferias, onde, segundo ele, os equipamentos sociais foram fechados e abandonados. “Precisa ter uma política para esses equipamentos sociais, para que esses equipamentos possam dar vida aos bairros. Hoje o problema da segurança não é só porque falta polícia ou viatura, a segurança é mais do que isso. É também a ausência do Estado presente nas comunidades. As pessoas estão ociosas, não tem o que fazer, não tem equipamento social, não tem uma política pública de geração de emprego e renda, as pessoas vão para a violência. A prefeitura tem que ter o tamanho necessário para atender a população”, argumentou.

Acerca da definição de um nome para vice na chapa, Fábio Novo afirmou que as conversas sobre apoio estão avançadas, mas que foi decidido não fechar um nome para vice agora.

“A gente está dialogando bem. Já temos hoje pacificado o apoio do PCdoB, do Solidariedade, que inclusive apresentou a proposta de um nome, mas nós decidimos não fechar agora um nome para vice. Vamos esperar um pouco mais, porque estamos tentando atrair outras siglas, mas no momento certo nós vamos, com certeza, escolher. Vamos levar em consideração o nome apresentado pelo Solidariedade, que foi o nome do Scheyvan [Lima], é um bom nome, mas no momento certo a gente vai decidir. Nesse momento agora, a gente vai concentrar forças para tentar ver se pode aglutinar mais alguém”, finalizou.

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