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Quatro idosos morrem por dia em consequência de tombos em SP

É o dobro do número de motoqueiros que morrem em acidentes na cidade. Boa parte dos obstáculos que podem provocar tombos está dentro de casa.

No Brasil, a população está vivendo mais. É especialmente para os mais velhos que os médicos fazem um alerta: as quedas podem causar sérias complicações.

Um número divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo mostra como esse problema é sério. Quatro idosos morrem, por dia, em consequência de quedas. É o dobro do número de motoqueiros que morrem em acidentes na cidade. Boa parte dos obstáculos que podem provocar tombos está dentro de casa.

As quedas preocupam quem trabalha com saúde pública. Em um grupo, em que a maioria já passou dos 60 anos, é comum ouvir histórias como a de dona Julia Maria da Silva, de 67 anos.

“Eu ia descendo na escada, aí pensei que estava chegando embaixo, quando eu pisei, caí lá embaixo”, conta.

Toda queda em idoso é um sinal de alerta. Com a idade, homens e mulheres perdem a força muscular nas pernas, perdem também o equilíbrio. No ano passado, quase 28 mil idosos foram internados depois de caírem. E 1,5 mil morreram por causa de complicações: uma média de quatro por dia.

“O paciente depois de uma queda pode ficar acamado. Esse fato de estar acamado vai predispor infecções, pneumonias, infecções urinárias. Dessas complicações pode levar a óbito”, aponta o geriatra Anderson Della Torre.

O maior perigo para o idoso está mesmo dentro de casa. De cada cinco quedas, quatro acontecem na cozinha, na sala, no banheiro. Ou seja, nos locais onde os idosos mais ficam e não na rua.

Dona Irene Carbone Hungueria já caiu duas vezes. No acidente mais sério, machucou o braço e quebrou o pé. Foram pelo menos 20 dias de cama. Aos 81 anos não quer mais sustos, principalmente, dentro de casa. “Mudanças eu fiz nos tapetes que eu não tenho mais. Era na geladeira, na pia e no fogão”, comenta.

E tomou outros cuidados. Ela colocou corrimão na entrada de casa e mantém um abajur aceso a noite inteira, caso precise levantar às pressas. Agora só falta adaptar o banheiro.

“Ainda aqui no banheiro vou colocar uma barra para me segurar. No box, eu também vou fazer um corrimão. Para ficar mais firme quando eu for sair do chuveiro eu também ter segurança”, diz.

“Para mim está de acordo com a necessidade mesmo do idoso. Faltando algumas pequenas coisas para completar essa segurança para ela”, aponta Adélia Maria de Carvalho, representante da Coord. do Idoso/SP.

A prática de atividades físicas ajuda bastante a evitar esses problemas. Não precisa ser nada exagerado, podem ser exercícios simples, feitos em casa mesmo, como ficar na ponta dos pés.


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