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Relator pede a conselho processo disciplinar no caso Demóstenes

Conselho de Ética decidirá na próxima terça (8) se abre processo ou não.

O senador Humberto Costa (PT-PE), relator no Conselho de Ética de ação para investigar o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), pediu na manhã desta quinta-feira (3) abertura do processo disciplinar que pode levar à cassação de Demóstenes por quebra de decoro parlamentar.

O conselho já havia decidido aceitar a representação, protocolada pelo PSOL, que pedia abertura de processo preliminar. O que o relator pede agora é a abertura do processo disciplinar, que, na prática, representa uma continuidade da investigação no Conselho de Ética.

"O que está em debate não é a imagem do parlamentar, mas do Parlamento”, disse o relator.

O relatório de Humberto Costa ainda precisa ser aprovado pelos integrantes do conselho, o que deve ocorrer na próxima terça (8). A instauração do processo disciplinar terá início após a publicação no "Diário do Senado Federal" da decisão do colegiado.

Demóstenes é alvo de processo no Conselho de Ética para apurar se houve quebra de decoro na relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Escutas telefônicas apontam que Demóstenes usou o mandato para favorecer o contraventor e que recebeu dinheiro do bicheiro.

O senador Humberto Costa (PT-PE), relator no Conselho de Ética de ação para investigar o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), pediu na manhã desta quinta-feira (3) abertura do processo disciplinar que pode levar à cassação de Demóstenes por quebra de decoro parlamentar.

O conselho já havia decidido aceitar a representação, protocolada pelo PSOL, que pedia abertura de processo preliminar. O que o relator pede agora é a abertura do processo disciplinar, que, na prática, representa uma continuidade da investigação no Conselho de Ética.

"O que está em debate não é a imagem do parlamentar, mas do Parlamento”, disse o relator.

O relatório de Humberto Costa ainda precisa ser aprovado pelos integrantes do conselho, o que deve ocorrer na próxima terça (8). A instauração do processo disciplinar terá início após a publicação no "Diário do Senado Federal" da decisão do colegiado.

Demóstenes é alvo de processo no Conselho de Ética para apurar se houve quebra de decoro na relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Escutas telefônicas apontam que Demóstenes usou o mandato para favorecer o contraventor e que recebeu dinheiro do bicheiro.

Demóstenes
O senador Demóstenes Torres não esteve no plenário do Conselho de Ética. Mais cedo, ele veio ao Senado, registrou presença em plenário, mas deixou a Casa. Seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, acompanhou a leitura do relatório. Ele disse que respeita a decisão do relator.

"Sob o peso jurídico eu estou tranqüilo, mas a questão política está entregue à Casa. E eu tenho de respeitar a decisão da Casa", afirmou o advogado. Para Kakay, o senador Demóstenes Torres não cometeu irregularidades. "Para mim, não houve nenhuma quebra de decoro", disse.

O advogado afirmou que Demóstenes irá comparecer ao Conselho de Ética quando for solicitado. Ele também irá à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura as relações do contraventor com agentes públicos e privados, segundo o advogado. Na quarta-feira (2) à noite, a CPI aprovou o depoimento de Demóstenes para o dia 31 de maio.

"Na CPI, o senador está apto a prestar todo o esclarecimento. O senador, quando vier junto ao Conselho ou à CPI, estará instruído a não responder sobre as gravações", disse o advogado.

Defesa prévia
Para compor seu relatório preliminar, Humberto Costa analisou discursos e projetos de lei apresentados pelo senador. Segundo Humberto Costa, uma equipe composta por oito assessores auxiliou na busca de discursos e projetos de lei que foram utilizados no relatório preliminar.

Ao falar sobre os discursos de Demóstenes, o relator pediu atenção dos colegas. "Peço aqui atenção dos senhores senadores, uma vez que esta parte será fundamental para a admissibilidade da representação."

Em um dos trechos do relatório, o relator observou que no dia 5 de novembro de 2008, a CCJ do Senado, sob a presidência do então senador Marco Maciel, votou e aprovou o projeto de lei 274/2006, oriundo da CPI dos Bingos, que tinha o objetivo de criminalizar a exploração de jogos de azar e tornar mais eficiente a punição nos casos de lavagem de dinheiro.

"O senador Demóstenes Torres, parlamentar assíduo e sempre atuando nos debates que envolvem matéria penal, não estava presente à reunião.Uma de suas raras ausências nos embates naquela comissão, justamente quando se decidia relevante projeto significativo da CPI dos Bingos sobre o tema da criminalização dos jogos."

Em discurso feito por Demóstenes no dia 18 de junho de 2003, e também analisado pelo relator, Demóstenes defendeu a legalização dos jogos de azar. "Senhoras e senhores senadores, acredito que uma maneira de obter os recursos suficientes para a instituição da Escola em Tempo Integral, é a legalização de todas as modalidades de jogos de azar", disse Demóstenes segundo o relator.

Defesa prévia
Humberto Costa afirmou também que, para confeccionar seu relatório, leu a defesa entregue pelo advogado do senador Demóstenes. Na defesa prévia, o advogado do senador pede o arquivamento do pedido de abertura de processo por suposta quebra de decoro parlamentar.

O advogado pediu uma série de diligências, caso o processo tivesse continuidade, como perícias nas gravações que apontam relações entre o senador e o bicheiro. Kakay, como é conhecido o advogado, argumenta que as gravações podem ter sido adulteradas.

Outro pedido de Kakay é para que o requerimento que pede a investigação de Demóstenes seja suspenso até manifestação do Supremo Tribunal Federal referente às gravações que envolvem o senador. Tramita no Supremo ação de Demóstenes para declarar as gravações ilegais, sob o argumento de que deveriam ter sido autorizadas pelo próprio STF, já que o senador tem foro privilegiado.

Se ainda assim a investigação prosseguir, a defesa do senador pede que sejam chamadas testemunhas para cada um dos fatos questionados. O próprio Cachoeira é colocado no rol de testemunhas que podem ser chamadas pelo senador.
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