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Republicano Mitt Romney é pressionado para escolher deputado de Wisconsin como vice

Órgãos conservadores manifestam simpatia ao parlamentar Paul Ryan. Candidato republicano evita antecipar escolha do companheiro de chapa.

Conservadores norte-americanos estão em campanha para que o republicano Mitt Romney escolha o deputado Paul Ryan como seu companheiro de chapa na disputa presidencial deste ano.

Ryan, deputado por Wisconsin, foi o mentor do polêmico plano de corte orçamentário do seu partido, e muitos conservadores o comparam ao falecido ex-presidente Ronald Reagan.

Os cortes orçamentários concebidos por Ryan afetam fortemente programas sociais. Mas seus apoiadores dizem que isso, ao invés de representar um ponto fraco para sua candidatura, pode ser um fator que dará peso e conteúdo à chapa de Romney, possivelmente entusiasmando o eleitorado conservador.

Em entrevista à NBC na quinta-feira, Romney não quis antecipar a escolha do seu vice, mas traçou um perfil do companheiro de chapa ideal. "Certamente eu espero ter uma pessoa que tenha força de caráter, uma visão para o país que agregue algo ao discurso político sobre a direção do país", afirmou.

Imagem: ReutersO parlamentar republicano Paul Ryan em Oak Creek, no Wisconsin, nesta terça-feira (7) (Imagem:Reuters)O parlamentar republicano Paul Ryan em Oak Creek, no Wisconsin, nesta terça-feira (7)

Apesar dos problemas econômicos norte-americanos, Romney está atrás do presidente Barack Obama na maioria das pesquisas, a menos de três meses da eleição presidencial de 6 de novembro.

O levantamento Reuters/Ipsos desta semana mostrou uma vantagem de 7 pontos percentuais para Obama (49% a 42%), um pouco acima da diferença no mês anterior.

Ryan desperta especial entusiasmo entre colunistas de publicações conservadoras da Costa Leste --como o "Wall Street Journal", o "National Review" e o "Weekly Standard".

Como que combinados, muitos deles expressaram apoio ao deputado nesta semana, quase desafiando Romney a escolhê-lo em detrimento de outros cotados, como o ex-governador de Minnesota Tim Pawlenty ou o senador Rob Portman.

Os partidários de Ryan dizem que os cortes orçamentários precisam ser discutidos na campanha, e querem que o deputado --presidente da Comissão de Orçamento da Câmara - esteja lá para defendê-los.

Isso, argumentam, evitaria que a campanha gire em torno de temas como a atuação de Romney na empresa de investimentos Bain Capital ou sua recusa em divulgar suas declarações de impostos anteriores aos dois últimos anos.

"O sr. Obama e os democratas querem fazer desta uma eleição pequena sobre coisas pequenas --os impostos de Mitt, sua riqueza, a Bain Capital", disse o editorial do "Wall Street Journal" na quinta-feira, defendendo a escolha de Ryan.

"Para vencer, Romney e os republicanos precisam se erguer acima das questões melhores, e apresentarem a escolha como algo acerca da direção geral e do futuro do país."

No site Politico, o colunista Rich Lowry, do National Review, escreveu que "Ryan é um ideólogo no melhor sentido do termo".

"Ele é motivado por ideias e sabe no que acredita, e por quê... Ele explica e persuade."

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