Vereador Afonsinho critica prefeito Pablo Santos por fechar 14 escolas em Picos
Para Afonsinho, a decisão é considerada precipitada, tendo em vista que não houve um planejamento para que a medida fosse implementada de forma gradativa.
O Viagora recebeu denúncias de populares de Picos sobre o fechamento de 14 escolas, a demora para o início das aulas e a superlotação de alunos nas unidades de ensino decorrente dessa medida.
O vereador Afonsinho (Progressistas) comentou a respeito da situação e declarou que o prefeito Pablo Santos (MDB) já começou a gestão com problemas.
Segundo o parlamentar, o gestor adotou a política de nucleação escolar, por recomendação do Ministério da Educação, e implementou o regime de tempo integral em todas as unidades. Com isso, das 52 escolas do município, 14 foram fechadas, sendo 13 da zona rural e uma da zona urbana.

Algumas das escolas fechadas estavam nas comunidades de Bocolô, Tabuleiro dos Pios, Alto dos Canudos, Curralinhos, Coroatá, Angicultor, entre outras.
Para Afonsinho, a decisão é considerada precipitada, tendo em vista que não houve um planejamento para que a medida fosse implementada de forma gradativa. A falta de estrutura nas escolas também foi apontada como um problema enfrentado neste início de ano, principalmente na adaptação para o regime de tempo integral.
“Eu acho que foi uma medida muito precipitada, devido ao momento. Nós sabemos que a nucleação é uma recomendação do Ministério da Educação, mas não tem como nuclear 40 escolas municipais em tempo integral de um dia para a noite. Eu acho que deveria ser gradativamente porque tem que ter dormitório, tem que ter uma educação especial. Temos escolas e creches superlotadas e acaba prejudicando o ensino das crianças, são salas com 35 anos, outras com 38 estudantes”, explicou.
De acordo com o vereador, na prática, a organização da educação municipal desta forma pode gerar mais despesas. “Uma empresa de Teresina passou uma teoria dizendo que os recursos iriam dobrar no próximo ano, mas pelo que eu estou vendo a despesa vai triplicar, a qualidade diminuir e ainda tem a demora em termos das aulas voltarem 100% das suas atividades, que não estão conseguindo devido a essa nucleação”, ressaltou.
Audiência pública
Afonsinho destacou ainda que uma audiência pública foi realizada no dia 7 de março entre o Ministério Público e a Prefeitura de Picos, que resultou em um acordo no qual o prefeito se comprometeu em promover melhorias.
“Nós já tomamos providência, fizemos uma audiência pública, já fomos ao Ministério Público, mas eles têm o apoio total aqui. Até o pessoal do Ministério Público achou que a gente estava politicando, até as mães fizeram manifestação. Nós somos só três vereadores de oposição, então a gente acaba ficando sem força”, afirmou.
Também foi pontuado que a demora para o início das aulas pode prejudicar o município no cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que determina pelo menos 200 dias letivos anuais.
“O município tem que apresentar 200 dias de aula e já se passaram três meses sem aulas, ou seja, 90 dias. Eu não sei como é que eles vão conseguir isso porque começou atrasado e com muitos problemas”, destacou.
O vereador explicou ainda que o Ministério Público do Estado e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estão acompanhando o caso. “Nós [vereadores da oposição] nos manifestamos para que as escolas da zona rural não fossem fechadas, mas o Ministério Público disse que a prefeitura tem pleno poder para fazer isso. Nossa parte foi feita e agora vamos continuar fiscalizando o caso. O Ministério Público e a OAB já estão acompanhando, porque o prefeito fez um acordo na audiência pública”, concluiu.
Outro lado
O Viagora procurou o prefeito de Picos para falar sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria o gestor não atendeu as ligações.
A reportagem também procurou a assessoria de comunicação, porém nenhum representante foi localizado.
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