Pesquisa diz que 42% das meninas sofreram mais de uma violência em Teresina

Nesta quarta-feira (18), a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), divulgou uma pesquisa do Observatório Mulher Teresina que aponta um aumento significativo nos registros de violência sexual no ano de 2021 se comparado ao ano de 2020, no início da pandemia da Covid-19.

Conforme o SMPM, a temática é retratada em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes que é celebrado neste 18 de maio. Segundo os dados do 1º Boletim OMT, foi constatado que de 96% casos registrados contra pessoas do sexo feminino, 78,5% eram meninas entre 0 a 19 anos. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Ministério da Saúde (MS) referentes à violência interpessoal.

A pesquisa também aponta que os principais locais em que ocorrem a prática do crime variam de acordo com a faixa etária das vítimas. De acordo com o levantamento, no ambiente escolar quando menos a idade, maior a ocorrência da violência sexual.

A SMPM ainda informa que quanto maior a idade, maior o registro desses casos em vias públicas, contudo o estudo apontou uma diminuição da ocorrência no período pandêmico. Além disso, o levantamento do Observatório da Mulher averiguou que 68% dos casos de violência ocorre no ambiente doméstico na residência das vítimas.

Nesse cenário a técnica do Observatório Suziane Santos, explica que o crime em sua maioria é praticado por pessoas conhecidas, representando 41% das ocorrências. “Foi possível observar que na maioria das vezes os autores da violência são pessoas conhecidas”, afirma.

A técnica Suziane Santos também destaca um recorte de raça na pesquisa e explica que meninas pardas sofreram mais violência sexual. “É importante pontuar que meninas pardas de 10 a 14 anos foram as que mais sofreram violência sexual”, ressalta. Entre o período de 2011 a 2021 foi registrado 72% dos casos de estupro contra meninas pardas de 10 a 14 anos, já o assedio sexual foi de 76%. Por fim, a pesquisa revela que neste mesmo período 612 meninas já foram vítimas de violência outras vezes, representando 42% das ocorrências registradas.

A secretária Gabriela Rodrigues destacou a importância de conscientizar a população sobre os casos de abuso e exploração sexual deste público e denunciar ocorrências de violência da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), dos Conselhos Tutelares, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) ou ainda através do Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVIS).

“O estudo é uma forma de conscientizar e informar a população teresinense sobre a recorrência dos casos de violência contra crianças e adolescentes na capital. Dessa forma, a Prefeitura de Teresina consegue entender e trabalhar o panorama da violência contra meninas e mulheres, e assim, combatê-la”, pontua.

Confira locais em que é possível procurar ajuda:

Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVIS) – Serviço de Saúde
Funcionamento: 24 horas todos os dias.
Endereço: Prédio da Maternidade Dona Evangelina Rosa – Avenida Higino Cunha, 1552, Bairro Cristo Rei, Teresina – Piauí.
Telefone: (86) 3228-1053

Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA)
Funcionamento: Segunda-feira à sexta-feira, das 08:00h às 18:00h
Endereço: Rua Otto Tito, s/n, Bairro Redenção, Teresina – Piauí.

Conselhos Tutelares
Região Centro/Norte: (86) 3215-9313. Plantonista: (86) 99490-7886
Região Sudeste: (86) 3215-9360. Plantonista: (86) 99460-3138
Região Sul: (86) 3227-6714. Plantonista: (86) 99454-2102
Região Leste: (86) 3233-8841. Plantonista: (86) 99470-0654

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
Região Norte – Bairro Aeroporto. Telefone: (86) 3213-6144
Região Sudeste – Bairro São João. Telefone: (86) 3237-4115
Região Sul – Bairro Vermelha. Telefone: (86) 3223-0712
Região Leste – Bairro de Fátima. Telefone: (86) 3215-9330 Telefone: (86) 3216-2676