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Jornalista diz que sargento do Corpo de Bombeiros do Piauí ameaçou "destruí-la" após denúncia

Em entrevista ao Viagora nesta sexta-feira (20), a vítima contou detalhes sobre o relacionamento abusivo que vivia com o militar e as medidas que adotou para garantir sua segurança e a de sua família.

A jornalista Yara Ataíde afirmou que tem sido ameaçada pelo ex-marido, sargento do Corpo de Bombeiros do Piauí, após denunciá-lo por violência doméstica. Em entrevista ao Viagora nesta sexta-feira (20), a vítima contou detalhes sobre o relacionamento abusivo que vivia com o militar e as medidas que adotou para garantir sua segurança e a de sua família.

Segundo Yara, ela já prestou depoimento na Delegacia da Mulher de Timon, onde os fatos ocorreram, e uma medida protetiva foi expedida, entrando em vigor na quinta-feira (19).

Foto: Divulgação/ InstagramJornalista denuncia agressão
Jornalista denuncia agressão

“Estou com a medida protetiva que entrou em vigor ontem. Já prestei esclarecimentos à delegada na Delegacia da Mulher de Timon e registrei uma denúncia no Corpo de Bombeiros”, disse.

Yara revelou que, mesmo amparada pela Justiça, o suposto agressor não se intimidou e começou a ameaçá-la, inclusive enviando uma mensagem para sua irmã, na qual afirmou que iria destruí-la.

“Ele me mandou um áudio e disse que, se ele perder a farda, eu vou junto. Ele disse também à minha irmã, porque ele entrou em contato com ela, que iria me destruir antes de eu destruir ele”, afirmou.

A jornalista explicou que manteve um relacionamento de sete anos com o sargento e decidiu pôr fim ao ciclo de violência em julho deste ano. Ela relatou que esses anos foram marcados por agressões físicas e psicológicas, muitas delas na frente dos filhos do casal, de 2 e 4 anos.

O estopim para a denúncia foi uma agressão que Yara compartilhou nas redes sociais na quinta-feira (19). “Resolvi denunciar agora porque tinha dependência emocional dele. Nunca tive dependência financeira, mas a maior parte da renda que entrava em nossa casa era dele. No entanto, sempre tive minha própria renda. Eu vinha me preparando psicologicamente, estudando, fazendo terapia e tentando entender que estava em um relacionamento tóxico. Quando a mulher está em um relacionamento abusivo, às vezes fica presa a certas coisas. Eu pensava nos meus filhos e em tudo que construí, que ajudei ele a construir”, explicou.

Relacionamento marcado por agressões

Apesar de ter exposto o caso em 2024, Yara afirmou que o ex-marido já havia sido preso em flagrante por agredi-la em via pública. O caso não prosseguiu porque ela retirou a denúncia após sofrer agressões psicológicas.

“Ele foi preso pela Polícia Militar em flagrante porque me agrediu em via pública, me deu vários socos na cabeça. Ele ficou detido no Corpo de Bombeiros, teve a audiência de custódia, pagou a fiança e saiu. Acabei cedendo às pressões psicológicas e retirei a medida protetiva; depois, ele foi inocentado”, detalhou.

Yara enfatizou que estava separada há dois meses e só denunciou o caso porque o homem foi até sua porta e a agrediu na frente dos filhos.

“Eu sofri sete anos de violência psicológica e de quatro anos para cá, violência física. No início ele tinha aquele ciúme que eu achava que era saudável. “Não veste essa roupa”, “você não pode sair sem mim”. “Mulher casada não anda desse jeito”, eu fui aceitando como se fosse saudável, até que chegou onde chegou”, complementou. 

Justiça

Com a exposição do caso e as ameaças do ex-marido, Yara declarou que se sente vulnerável, mas segue firme em busca de justiça. Ela afirmou que está confiante quanto à prisão do sargento e seu afastamento do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí.

“Estou me sentindo ameaçada, coagida e vulnerável, mas estou tentando ser forte. Espero que a justiça seja feita. Fiz a minha parte, estou com a consciência limpa em relação ao que fiz para salvar meu casamento e minha família, mesmo não tendo culpa de nada, sendo uma vítima nessa história. Espero que ele seja preso e que o Corpo de Bombeiros do estado do Piauí afaste esse agressor da corporação. Acho que é o mínimo. Estou esperando um pronunciamento do governador e do secretário Chico Lucas. Tenho certeza de que não vão deixar isso passar em branco”, finalizou.

Confira abaixo o áudio recebido por Yara:

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