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Israel ordena que palestinos deixem Cidade de Gaza nesta sexta

A exigência foi contrariada pela Organização das Nações Unidas, que afirma que a ação pode “transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”

Na noite dessa quinta-feira (12), o exército de Israel causou temor de uma incursão por terra ao comunicar que um prazo de 24 horas foi decretado para que moradores da Cidade de Gaza deixem suas casas e se desloquem em direção ao Sul. A ordem, dada através de panfletos distribuídos entre a população da região Norte da Faixa de Gaza, expira ainda nesta sexta-feira (13), às 18h (horário de Brasília).

De acordo com o porta-voz do Exército de Israel, a “evacuação é para a própria segurança” dos residentes da Faixa de Gaza. Além disso, recomendou que a população só retorne ao território após a permissão do governo israelense.

O movimento islâmico Hamas, responsável pelos bombardeios que atingiram Israel no último sábado (7), exigiu que os moradores ignorem o decreto israelense e se mantenha em suas residências. O grupo, que possui forte braço armado e político, é o atual responsável pelo território da Faixa de Gaza.

Foto: Divulgação/ TwitterIsrael após bombardeio
Israel após bombardeio

A Organização das Nações Unidas (ONU), um pouco depois do pronunciamento das Forças Armadas de Israel, emitiu um comunicado informando que os militares do país ordenaram que todos os palestinos na região Norte da Faixa de Gaza, ou seja, cerca de 1,1 milhão de pessoas, migrassem para o Sul. Entretanto, o exército contradiz a ONU e afirma que o alerta é voltado somente para os residentes da Cidade de Gaza, formada por 677 mil habitantes.

A população palestina, que também sofre com o conflito entre as potências do Oriente Médio, teme que o decreto israelense anteceda uma possível ofensiva por terra no território da Faixa de Gaza, que já foi controlada pelo país.

De acordo com Israel, as operações realizadas no território de Gaza durante os próximos dias serão “significativas” e que os residentes da área não devem se aproximar ou fazer tentativas para ultrapassar a fronteira.

“A organização terrorista Hamas travou uma guerra contra o Estado de Israel e a Cidade de Gaza é uma área onde operações militares acontecem. Essa evacuação é para a sua própria segurança.”, declararam as forças israelenses.

Segundo a ONU, o comunicado emitido pelo país foi enviado à população pouco antes da meia-noite, no horário local. A organização ainda declarou que seu centro de operações centrais já foi transferido para o Sul de Gaza.

A chefe do gabinete de comunicação do grupo Hamas, Salama Marouf, afirma que o aviso é “propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna”. Além disso, orienta os palestinos a “não se envolverem nestas tentativas”.

Já Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, requisitou que seja rescindida qualquer ordem de ataque por Israel, se confirmada. Segundo ela, o ato evitaria “o que poderia transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”.

Ainda conforme o porta-voz, “as Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras”, visto que não seria possível a movimentação de todo esse contingente de pessoas, por falta de tempo hábil.

Dujarric ainda declarou que a exigência de evacuação da região Norte de Gaza foi direcionada, inclusive, aos membros da ONU, além de às pessoas que se encontram abrigadas nas instalações humanitárias da organização.

Através de apelo feito às autoridades israelenses, a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiu como “sentença de morte” o deslocamento de pessoas que estão nos hospitais de Gaza, em estado grave e com suporte de respiração.

Israel vem colocando dezenas de tanques de guerra na fronteira da Faixa de Gaza, em antecipação à uma invasão terrestre planejada pelas Forças Armadas israelenses contra o Hamas.

Conflito no Oriente Médio

No último sábado (7), os novos ataques entre Israel e Palestina tiveram início quando membros do grupo Hamas iniciaram um bombardeio contra o território israelense, com ações concentradas próximo à fronteira de Gaza.

Em resposta, Israel declarou guerra ao movimento islâmico e, desde então, cada vez mais ataques vêm sendo efetuados. O país bloqueou as fronteiras da Faixa de Gaza, deixando milhares de pessoas sem acesso a alimentos, eletricidade, água e combustível.

Conforme o mais recente balanço realizado por autoridades locais, os atos de guerra dos dois países já deixaram mais de 2,8 mil mortes, sendo 1.537 palestinos e 1,3 mil israelenses, até o momento. De acordo com estimativa da ONU, desde sábado (7), mais de 338 mil foram deslocadas em Gaza.

Com informações do G1.

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