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Setut aceita proposta da Prefeitura de Teresina para parcelar dívida

Segundo o vice-presidente do Setut, Marcelino Lopes, a dívida de R$ 20 milhões será parcelada em 20 vezes.

Nesta sexta-feira, 5 de março, o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), Marcelino Lopes, informou em entrevista coletiva que os empresários do setor aceitaram a proposta da Prefeitura de Teresina para parcelar a dívida de R$ 20 milhões com o sindicato em 20 vezes.

Segundo o vice-presidente, o valor parcelado é referente ao débito acumulado até o mês de setembro de 2020.

“O Setut irá aceitar a proposta financeira feita pela Prefeitura de Teresina, mesmo sendo muito aquém das expectativas e necessidades das empresas operadoras. A proposta financeira da gestão é para iniciar o pagamento da dívida atual de R$ 22 milhões. Esse gesto de aceitar o reparcelamento de uma dívida já negociada demonstra de forma clara a intenção das empresas em contribuir, com esse esforço colossal, para que os serviços de transportes voltem a servir aos teresinenses”, comentou.

Marcelino Lopes afirmou que, por contrato, a Prefeitura de Teresina deveria pagar a diferença entre a tarifa técnica, valor utilizado para custear o sistema, e a tarifa pública, valor efetivamente pago pelo usuário.

Pelo cálculo do Setut, a dívida acumulada alcançou a casa dos R$ 20 milhões, que deveriam ser pagos em 10 parcelas de R$ 2 milhões. Com a nova proposta da PMT, será paga uma entrada inicial de R$ 1,6 milhão e mais 20 parcelas de R$ 970 mil.

O vice-presidente mencionou que, mesmo que o valor a ser pago não vá equilibrar o caixa das empresas, os recursos poderão ser usados para pagar os salários atrasados de janeiro e fevereiro aos motoristas e cobradores.

“Para quitar esta dívida com os trabalhadores será necessário recorrer ao sistema bancário, uma vez que o valor total é de R$ 2 milhões. Como a prefeitura nos repassará R$ 1,6 milhão, teremos de completar com mais R$ 400 mil”, informou.

Apesar disso, Marcelino Lopes comentou que não tem como garantir o pagamento dos salários dos profissionais a partir do mês de abril sem que o sistema de transporte coletivo volte a ter rendimentos.

Myrian Aguiar, assessora técnica da diretoria do Setut, afirmou que a receita gerada pelo sistema não cobre os custos de manutenção.

“O sistema de transporte tem custo mensal de R$ 5,7 milhões, por exemplo, no mês de janeiro o custo foi de mais ou menos R$ 5,7 milhões, dos quais tiramos 30% do valor só para pagar diesel, 12% para comprar pneus e peças, 40% para pagar pessoal, 16% são relativos a outras despesas como pagamento de empréstimos, financiamentos, uso do sistema de bilhetagem, monitoramento, água, energia, são as despesas administrativas, e 2,2 % de tributos. Se sistema arrecado R$ 3 milhões em catraca então tem um buraco de R$ 2,7 milhões que está em aberto. Se não há a recomposição através da receita chega a um ponto que temos que fazer uma escolha ou compra diesel, ou paga peças, ou paga pessoal, essa é a situação do sistema”, completou.

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