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Recepcionista diz que médico foi avisado do quadro de criança em Redenção do Gurgueia

A atendente da Unidade Básica de Saúde Amilton Nogueira falou sobre o caso do médico Antônio Lucélio acusado por um pai de negar atendimento ao seu filho de cinco anos com Covid.

Nessa quinta-feira (10), a recepcionista da Unidade Básica de Saúde Amilton Nogueira em Redenção do Gurguéia onde um médico foi acusado por uma pai de ter negado atendimento para uma criança de 05 anos com Covid-19, Denise Borges, procurou o Viagorapara relatar a sua versão sobre o ocorrido na última terça-feira (08) no local.

“O rapaz chegou no local à procura de socorro e, realmente como ele disse, as vagas já tinham sido preenchidas, eu tinha marcado as 12 vagas. O pai me perguntou se tinha médico e eu disse que ele estava no último atendimento, mas que ainda havia uma vaga, porque quando é situação de emergência, eu coloco logo. Mas como eu sabia que era o último atendimento e logo ele ia sair, eu pedi para o rapaz levar a criança pra triagem e verificar os sinais vitais, porque a criança estava com vomito, febre e tinha acabado de testar positivo para a Covid-10’’, disse Denise.

Conforme Denise, enquanto a criança foi levada para a triagem, ela buscou contato com o médico para explicar a situação. “Enquanto a enfermeira foi verificar os sinais vitais da criança, eu esperava o médico realizar o último atendimento pra falar com ele. É assim que a gente faz, espera ele sair e pergunta se ele ainda vai atender, porque as vezes ele não atende, não é a primeira vez que ele nega atendimento, as vezes as pessoas chegam e ele fala que não é para marcar mais atendimento. Quando acabou o último atendimento, ele saiu junto com o paciente, eu parei na frente dele e ele voltou pra sala e ainda assinou uma receita pra uma paciente’’, afirmou.

Ainda segundo a recepcionista, mesmo explicando a situação da criança, o médico não prestou atendimento. “Eu contei o caso pra ele, expliquei que a criança tinha acabado de chegar e tinha testado positivo, que ela estava com febre, vomitando e ele apenas falou que não ia atender mais e se quiser zangar que zangem, falou dessa forma e só saiu’’, relatou Denise.

A atendente da UBS contou que após a saída do médico, voltou para a sala de triagem para informar o ocorrido ao pai da criança. “Eu voltei pra sala de triagem e o pai estava com a criança na cadeira verificando a temperatura, que estava acima de 38°. Então eu informei pra ele que o médico já tinha ido embora do local e o rapaz apenas me perguntou o nome do médico e eu falei Dr. Lucello. Depois disso, ele foi embora com a criança no colo, sem receber atendimento’’, relatou.

De acordo com Denise, outras pessoas também presenciaram o ocorrido. “No local tinha várias pessoas, pacientes que estavam lá pra fazer os testes do covid, as enfermeiras, a equipe que faz os testes. Todo mundo pensou que ele estava indo no carro e iria voltar, mas ele estava indo embora. Isso pra mim é negar atendimento, além de recepcionista, eu sou técnica em enfermagem, bombeira e tenho curso de urgência e emergência, eu sei o que é um caso de urgência. Ele estava dentro da sala quando falei pra ele sobre o caso da criança e ele falou que não ia mais atender”, pontuou.

Para a recepcionista, a versão do médico em relação ao caso prejudica ela. “Ele fala que foi falta de comunicação, que não foi informado direito sobre o caso, mas ele foi totalmente informado do quadro da criança. Isso me atingiu muito, ele tá jogando a culpa pra cima de mim, para técnica e para enfermeira que também estavam no local. Eu tenho que falar a verdade porque ele não está falando, ele tá jogando a culpa pra cima da gente da recepção, e não aconteceu isso”, finalizou.

Sobre o caso

Nessa quarta-feira (09), um Tiago Alves denunciou ao Viagora que seu filho de cinco anos, positivado para Covid-19, teve atendimento médico negado na Unidade Básica de Saúde Amilton Nogueira.

De acordo com Tiago, enquanto seu filho passava pela triagem, o médico foi embora e não prestou atendimento à criança.

O médico acusado de ter negado atendimento, Dr. Antônio Lucélio, disse que faltou comunicação no ocorrido e que ele não omite socorro a ninguém e ama o que faz.

O Secretário Municipal de Saúde de Redenção do Gurguéia, Edizom Ribeiro informou que será aberta uma sindicância para apurar o caso.

Outro lado

Procurado novamente pela reportagem, o médico Dr. Antônio Lucélio falou sobre o assunto: “Quando entrou lá o que eu ouvi foi que tinha paciente que não estava na fila e que as fichas já tinham acabado e realmente já tinha acabado, mas não passaram o caso para mim não, é que eu posso falar”.

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