Promotor investiga filho do ex-prefeito de Luís Correia por receber sem trabalhar
O procedimento foi publicado no dia 28 de janeiro deste ano no Diário Eletrônico do Ministério Público do Piauí.O promotor de justiça Dr. Antenor Filgueiras Lôbo Neto instaurou procedimento preparatório em face do ex-gerente de regularização da Agência de Desenvolvimento Habitacional do Piauí (ADH), Jefferson de Araújo Galeno, para apurar suposto recebimento de remuneração sem prestação de serviços, durante o período de abril a outubro de 2022. Jefferson é filho do ex-prefeito de Luís Correia, Kim do Caranguejo. O procedimento foi publicado no dia 28 de janeiro deste ano no Diário Eletrônico do Ministério Público do Piauí.
A 1ª promotoria de justiça de Parnaíba recebeu denúncia relatando que o ex-servidor foi nomeado para o cargo em comissão no dia 30 de março de 2022, lotado na Diretoria Geral da ADH em Teresina, e estava sendo remunerado sem trabalhar. Paralelo a isso, o então servidor estava cursando Medicina pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí (FAHESP) - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba-IESVAP, em Parnaíba.

Uma notícia de fato foi instaurada em 29 de agosto de 2024 para averiguar os fatos e o Ministério Público encaminhou ofício à Corregedoria do Estado do Piauí para prestar esclarecimentos, solicitando ainda a instauração de procedimento administrativo e adotadar as devidas providências.
Em resposta, a Corregedoria do Estado informou à época que Jefferson Galeno não possuía mais vínculo com o Executivo Estadual e que recebeu contracheque no período de abril a outubro de 2022, sendo exonerado em 18 de outubro de 2022.
Conforme o órgão ministerial, foram juntados no ofício da Corregedoria somente dois contracheques do ex-gerente, relativos aos meses de abril e outubro de 2022, constando valor líquido de R$ 3.928,97 (três mil, novecentos e vinte e oito reais e noventa e sete centavos). No entanto, não foi mencionada a abertura de procedimento administrativo para apurar a conduta do então servidor.
O Diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Habitacional do Estado também foi oficiado para que repassasse informações a respeito do cargo exercido pelo comissionado, eventuais requisitos técnicos e documentos comprobatórios da prestação de serviços, porém ele não se manifestou sobre os requerimentos.
Com o término do prazo de 120 dias da notícia de fato, o promotor converteu em procedimento preparatório para realização de novas diligências visando fundamentar a instauração de inquérito civil.
O Ministério Público oficiou à Corregedoria do Estado do Piauí para, no prazo de 10 dias, informar sobre recebimento de denúncia acerca dessa irregularidade e esclarecer se instaurou procedimento administrativo para apuração dos fatos.
Além disso, o Diretor-Presidente da Agência de Desenvolvimento Habitacional do Piauí também foi oficiado para encaminhar a cópia da lei de criação, atribuições e eventuais requisitos técnicos para o exercício do Cargo em Comissão de Gerente de Regularização, bem como, que apresente documentos comprobatórios do efetivo exercício das atividades exercidas.
Outro lado
O Viagora procurou Jefferson de Araújo Galeno sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria o ex-servidor não foi localizado.
A assessoria da ADH-PI encaminhou nota de esclarecimento informando que respondeu todos os questionados feitos pelo Ministério Público, confira abaixo a nota:
A Agência de Desenvolvimento Habitacional do Piauí (ADH) esclarece que a nomeação e exoneração servidor mencionado, ocorreram em 2022.
Destacamos ainda que todos os questionamentos feitos pelo Ministério Público do Estado do Piauí sobre o caso foram devidamente respondidos pela ADH.
Reiteramos nosso compromisso com a transparência e seguiremos colaborando com qualquer apuração necessária.