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Banco Central mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano

De acordo com o Comitê de Política Monetária (Copom), essa é a quarta vez consecutiva em que a taxa permanece com o mesmo valor.

Nessa quarta-feira (01), o Banco Central (BC) anunciou que o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, por unanimidade, os juros básicos da economia (Selic), em 13,75% ao ano. Essa é quarta vez em que a taxa não é alterada.

De acordo com um comunicado do Copom, os juros podem ficar altos por um período maior que o previsto, e novas elevações podem ser registradas caso a inflação não convirja para o centro da meta. O comitê destacou ainda que persegue a convergência da inflação para o centro da meta para o ano de 2024.

“O comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação. O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”, informou o texto oficial.

Conforme o Banco Central, como não foi modificada, a taxa segue estando no maior nível desde janeiro de 2017, quando também chegou em 13,75% ao ano. Anteriormente aos quatro meses onde a taxa permaneceu a mesma, o Copom havia elevado a Selic por 12 vezes seguidas.

O Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro, entre os meses de março a junho de 2021. Em agosto do mesmo ano, o Banco começou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com o aumento da inflação e maiores tensões no mercado financeiro, a Selic teve elevação de 1,5% ponto de outubro de 2021 até o mês de fevereiro do ano passado. Em 2022, o Comitê promoveu um aumento de 1 ponto em março e outro em maio, além de dois aumentos de 0,5 ponto, nos meses de junho e agosto.

O BC destacou que antes da alta, a Selic havia apresentado redução para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por conta do baque econômico causado pela pandemia de Covid-19, o Banco Central havia derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. O custo ficou, entre os meses de agosto de 2020 a março de 2021, no menor patamar da história.

Inflação

Conforme o Copom, a Selic é o principal instrumento usado para controlar a inflação oficial, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No ano de 2022, a taxa fechou em 5,79%, e desde o fim do ano passado, vem subindo por conta da alta no valor dos alimentos e da reversão parcial das desonerações acerca dos combustíveis.

O Comitê pontuou que o índice fechou 2022 acima do teto da meta de inflação. Para o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, que garantiria intervalo entre 1,75% e 4,75%.

De acordo com o Boletim Focus, do BC, a inflação deverá fechar o ano de 2023 em 5,74%. Anteriormente, as estimativas do mercado financeiro estavam em 5,31%.

Crédito

O Copom relembra que juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No último relatório divulgado, o Banco Central projetava um aumento de 1% para a economia em 2023.

Agora, o mercado financeiro projeta um crescimento menor. Está previsto uma expansão de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo analistas do segmento.

Com informações da Agência Brasil.

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