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PMT cria aplicativo para combater intolerância religiosa

O aplicativo "Eu tenho Fé" irá mapear os mais de sete mil terreiros de candomblé e umbanda existentes no Piauí e ajudar na denúncia de intolerância religiosa sofrida por esses templos.

Nesta quarta-feira (13), Prefeitura de Teresina anunciou o desenvolvimento de um aplicativo chamado “Eu tenho Fé”, que vai mapear os mais de sete mil terreiros de umbanda e candomblé existentes no Piauí e ajudar na denúncia de violências sofridas por esses templos religiosos de cultura africana. A previsão é que a plataforma seja lançada até o fim do mês de fevereiro.

De acordo com Geraldo Sousa Câncio Júnior, diretor técnico da Prodater (Empresa Teresinense de Processamento de Dados), o aplicativo, além de disponibilizar a opção de cadastro do terreiro e sua geolocalização no mapa, também permitirá a consulta sobre a legislação de interesse dos religiosos. “O aplicativo é mais uma ação da Prefeitura de Teresina no combate a qualquer tipo de violência ou intolerância religiosa”.

O vice-coordenador nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), Pai Rondinele de Oxum, afirmou que o aplicativo irá ajudar, através do mapeamento, a definir o perfil das comunidades de matizes africanas no Piauí e também a criação de políticas públicas mais direcionadas para o segmento. “Saber quantos somos e onde estamos é fundamental, pois só assim poderemos traçar um perfil socioeconômico de nossas comunidades e saber as reais condições em que vivemos. A partir disso, é possível fomentar ideias e políticas públicas para que sejamos ouvidos e possamos ter nossos direitos garantidos”, disse Rondinele.

O aplicativo também terá um botão de denúncia no mesmo modelo do Salve Maria para queixas sobre violência, discriminação ou casos de intolerância religiosa. “Esse recurso será um alento para nós, que constantemente somos vítimas de vários tipos de violência. Temos inúmeros casos de terreiros que são invadidos e depredados. Apesar da Constituição nos amparar, não vemos, de fato, punições reais para esses crimes. Esperamos que esse aplicativo nos ajude nesse sentido”, finalizou Pai Rondinele de Oxum.

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