“Estamos cometendo um erro”, diz Fábio Novo sobre retorno da Alepi
Para o deputado, a Assembleia Legislativa deveria ter esperado até o dia 6 de julho, data marcada para o retorno dos outros poderes no Piauí.
Nesta terça-feira, 30 de junho, os parlamentares da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) se reuniram para realizar a primeira sessão legislativa presencial desde que foi decretado o isolamento social no estado, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Apesar do retorno, nem todos os deputados estaduais são a favor da retomada das atividades na Casa, como o deputado Fábio Novo (PT). Em entrevista coletiva, Novo afirmou que não houve uma reunião para definir as diretrizes que seriam tomadas para a segurança dos parlamentares e servidores.
“Eu acho que estamos cometendo um erro hoje, em voltar. Eu discordo da presidência da Casa, e manifestei isso para o presidente. Acho que o ideal seria esperar o dia 6, que é quando os outros poderes retornam. Não tivemos inclusive uma reunião da mesa diretora, que estava marcada e que pelo ato da mesa deveria ter tido uma reunião ontem para avaliar. A Assembleia não tem um plano de segurança”, declarou o petista.
- Foto: Kelvyn Coutinho/ViagoraDeputado Fábio Novo (PT).
Segundo Fábio Novo, o retorno sem um protocolo de segurança representa um risco muito grande, já que algumas pessoas teriam adentrado o prédio da Alepi sem a devida autorização.
“Estados como Distrito Federal estão voltando atrás. Minas Gerais está fechando. Rio Grande do Sul fechou. Eu acho que nós não vamos ter quórum qualificado como a gente estava tendo nas sessões remotas. As sessões remotas estavam dando algo em torno de 23 ou 24 deputados. Vários hoje manifestaram por escrito para a mesa que não viriam para a sessão. Então, eu acho que foi cometido um erro aqui. Está precipitada a volta da Assembleia, nós não somos um serviço essencial, poderíamos esperar um pouco mais”, afirmou Novo.
O parlamentar comentou ainda que a Assembleia está fora das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que teria determinado a testagem em massa de todos os funcionários da Casa para o retorno.
“Nós deveríamos ter testado todos os funcionários. O próprio presidente deu declarações de que só testou 500. E mesmo com a Assembleia estando fechada, desses 500 já tiveram 10 ou 20, segundo o presidente, positivados. E o restante que não foi testado? E quem foi testado somente hoje? Porque quem foi testado hoje não dá para garantir. Os sintomas só se manifestam com 10 dias, então nós podemos estar aqui no meio de uma aglomeração com pessoas positivadas. Acho que não foi razoável a volta agora, até porque a Assembleia não tem um plano de segurança”, finalizou o deputado.
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