Patrulha Maria da Penha registra aumento de medidas protetivas em Teresina
A comandante, capitã Leoneide, afirma que para garantir a fiscalização do resguardo da mulher, é importante que a vítima denuncie e registre o boletim de ocorrência.
A Polícia Militar do Piauí, por meio da Patrulha Maria da Penha do Comando de Policiamento Comunitário (CPCOM), divulgou nesta terça-feira (16) que foi registrado um aumento no número de demandas de fiscalização acerca de medidas protetivas de urgência em Teresina, com o advento das viaturas lilás. A identificação visual simboliza à violência contra a mulher, e garante um atendimento humanizado e segurança para as vítimas.
A comandante da Patrulha Maria da Penha, capitã Leoneide afirma que para garantir a fiscalização do resguardo da mulher, é importante que a vítima denuncie, registre o boletim de ocorrência, e no ato do boletim, solicite a medida protetiva para que esse agressor se afaste e o possível ciclo de violência seja quebrado, para não serem cometidos novos casos de violência contra a vítima.
“Nós, enquanto Patrulha Maria da Penha, com advento das viaturas lilás, tivemos um crescimento na demanda. Antes nós atendíamos 2 novas medidas protetivas diárias, hoje nós atendemos uma média de 5 a 7 medidas novas que chegam para a gente, para que a gente possa fazer a fiscalização. É interessante nós destacarmos que o trabalho da Patrulha Maria da Penha é a fiscalização dessas medidas protetivas, para justamente cobrir essa lacuna que existe entre o deferimento da medida protetiva e a sensação de segurança da mulher. O simples papel, sem nenhum tipo de fiscalização, não tem uma efetividade. Então nós, enquanto patrulha, enquanto Polícia Militar, preenchemos esse espaço de fiscalizar para saber se realmente esse agressor está cumprindo essa medida numa ação conjunta”, disse.
A capitã Leoneide destacou que o crescimento da demanda da patrulha se deu a partir da visibilidade que as viaturas lilás tiveram.
“Vale ressaltar que esse crescimento na demanda da patrulha se deu a partir da visibilidade que foi dada ao trabalho que é feito através da viatura lilás. A cor destacou, chamou atenção da sociedade, principalmente das mulheres vítimas que se mantinham na subnotificação, ou seja, ela sofria as agressões, mas por medo não fazia a denúncia. E com a viatura lilás, a visibilidade que ela trouxe, muitas mulheres se encorajaram a fazer essa denúncia e solicitar essa medida protetiva”, pontua.
A comandante frisa que o ciclo de violência possui três fases: a lua de mel, a tensão e a explosão. Na lua de mel está tudo bem, na tensão são as discussões e a explosão vai à violência física, que pode culminar em um feminicídio.
“A mulher quando ela é agredida, ela não pode subestimar essa agressão. Ela precisa fazer essa denúncia na primeira vez que ele comete algum tipo de agressão ou violência. Muitas mulheres pensam que a violência contra mulher se resume à violência física. E não é. Existe a psicológica, moral, patrimonial, sexual e a física. Então, no primeiro sinal, essa mulher precisa fazer a denúncia e ela precisa se manter forte, precisa se manter encorajada a manter essa denúncia porque esse ciclo de violência, como o próprio nome já diz, é um ciclo, então vai e volta. Não adianta querer romantizar essa violência, que foi a única vez que ele cometeu. Não. Nós precisamos quebrar esse ciclo, trazer essa mulher para que ela se sinta segura, se sinta apoiada e rompa com esse ciclo”, finalizou.
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