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Defesa da menor que matou irmã pede soltura e alegará legítima defesa

A adolescente se encontra no Complexo de Defesa da Cidadania

A adolescente M.R.L.A., 14 anos, acusada de matar a facadas a própria irmã, Ana Cristina Lustosa Almeida, 16 anos, está recolhida no Complexo de Defesa da Cidadania, localizado no bairro Redenção, na zona Sul de Teresina. O caso está sendo investigado pela Delegacia do Menor Infrator, e a acusada será assistida pela Defensoria Pública do Piauí.

A defensora Aline Patrícia de Oliveira, que assumiu a defesa da adolescente, afirmou que pedirá a soltura da mesma. "Nós vamos pedir a liberação dela porque tudo indica que o flagrante foi ilegal. O ocorrido se deu no dia 4 e a apreensão no dia 10 e não tinha ordem judicial para isso", disse a defensora. O prazo para prisão ou apreensão em flagrante é de 48 horas.

Aline Patrícia diz que já conversou com a acusada e que alegará que a garota agiu em legítima defesa. "Nessa conversa, ela relatou que não tinha a intenção de matar a irmã. Tudo aconteceu durante uma discussão entre a irmã dela e seu namorado", ressaltou.

A defensora explicou que o caso corre em segredo de Justiça, já que o fato foi praticado por uma adolescente, e que, por isso, não pode informar mais detalhes. Além disso, segundo ela, a Delegacia do Menor Infrator ainda deve iniciar a tomada de depoimentos. Deve ser ouvido, por exemplo, o namorado da vítima.

Há suspeitas de que a acusada esteja grávida. Ainda de acordo com Aline Patrícia, já foram feitos exames iniciais para verificar essa informação.

M.R.L.A. ficará no Complexo de Defesa da Cidadania, aguardando decisão judicial. A Justiça vai decidir se ela continua recolhida ou se aguardará o julgamento em liberdade. No primeiro caso, M.R.L.A. será levada para o Centro Educacional Feminino.

Entenda o caso


A tragédia ocorreu na Vila Irmã Dulce, zona Sul da capital. Ana Cristina passou seis dias internada em estado grave e faleceu no último dia 9, no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). M.R.L.A. teria usado uma faca de mesa para ferir a irmã, que foi atingida no braço e no tórax.

Segundo a Polícia Militar, durante todo o tempo em que Ana Cristina ficou internada, os pais optaram por não relatar o caso à polícia. Teriam feito isso para preservar a filha infratora, que se supõe estar grávida, e também porque imaginavam que logo a outra garota teria melhoras.

Ana Cristina, no entanto, não se recuperou. Com o pulmão perfurado, ela acabou falecendo nesta sexta-feira, quando, enfim, o caso chegou ao conhecimento da polícia.

No sábado (10), durante o sepultamento de Ana Cristina no Cemitério Santa Cruz, uma equipe do 6º Batalhão da Polícia Militar efetuou a apreensão de M.R.L.A. e a encaminhou até a Central de Flagrantes.

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