Operação Águas Claras aponta empresário apadrinhado por Ciro Nogueira como lobista da Allsan
Lourival Ferreira Nery Junior é diretor financeiro da Companhia de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao Ministério das Cidades. Ele é indicado pelo senador Ciro N
O jornal Estado de São Paulo publicou uma reportagem que aponta o empresário piauiense Lourival Ferreira Nery Junior como lobista da empresa Allsan Engenharia. Lourival Ferreira Nery Junior é diretor financeiro da Companhia de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao Ministério das Cidades. Ele é indicado pelo senador Ciro Nogueira (PP).
De acordo com o relatório de inteligência da Operação Águas Claras, produzido pela Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo, a Allsan Engenharia está no topo de um esquema de fraudes em licitações de autarquias e companhias de água.
A Allsan presta serviços de leitura de medidores de água e mantém contratos com dezenas de empresas públicas, todos sob suspeita, inclusive com a Agespisa - Águas e Esgoto do Piauí S.A., cujo presidente é Raimundo Neto, irmão do senador. O empresário Reynaldo Costa Filho, sócio da Allsan, foi capturado na segunda-feira por ordem judicial.
Raimundo Neto já pediu exoneração do cargo de presidente da Agespisa. Ele afirmou que o pedido se deu por conta de problemas pessoais.
A investigação revela que Nery estaria recebendo o equivalente a 14% do faturamento mensal da Allsan pelo contrato com a Agespisa, firmado em "caráter emergencial" em dezembro de 2011, prorrogado por mais 180 dias em junho de 2012.
Nery caiu no grampo da Águas Claras em negociações com Costa Filho. Em um diálogo, a 29 de agosto, o empresário queixa-se ao diretor da CBTU de que estaria sendo "ameaçado" por José Roberto Leão, ligado à Agespisa.
Leão seria o encarregado de passar informações sigilosas à Allsan e a Nery "referentes a licitações e ao jurídico da companhia, recebendo vantagem financeira para tanto". Quando seu celular tocou naquele dia, às 14h12, Nery disse ao empresário que estava chegando ao Ministério das Cidades, em Brasília.
"Você entendeu o que eu te falei?", pergunta Costa Filho. A resposta de Nery: "É o seguinte, eu tô entrando aqui, no Ministério das Cidades, na garagem, eu vou subir, lá de cima eu te ligo".
O empresário demonstra temor a Leão e insiste com Nery: "Me liga urgente aqui, cara. Que o cara tá querendo setenta e cinco pau! Vai pro advogado, o cara tá louco! Tá ameaçando".
Os grampos mostram que Nery teria poderes sobre Leão e empenha-se em tranquilizar o empresário. "Ele (Leão) tem funções, ele tem tudo dado por mim. Como ele vai tomar atitude errada, ele não é louco!"
O relatório descreve Nery como empresário da capital piauiense, pessoa diretamente ligada à política local que concorreu às eleições de 2004 para prefeito e, em 2006, como suplente de senador. "Utiliza-se de linha telefônica móvel registrada em nome da empresa Lourival Nery e Cia. Ltda., em Teresina."
O documento acentua que Nery foi "flagrado incontáveis vezes mantendo dialogo telefônico com Reynaldo Costa Filho, as quais claramente indicam a sua influência e interferência direta junto à presidência da Agespisa, aos advogados da companhia responsáveis pelo procedimento licitatório e com os demais agentes públicos que lhe repassam informações sigilosas".
O senador Ciro Nogueira não é investigado. A Operação Águas Claras apenas cita seu nome.
De acordo com o relatório de inteligência da Operação Águas Claras, produzido pela Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo, a Allsan Engenharia está no topo de um esquema de fraudes em licitações de autarquias e companhias de água.
A Allsan presta serviços de leitura de medidores de água e mantém contratos com dezenas de empresas públicas, todos sob suspeita, inclusive com a Agespisa - Águas e Esgoto do Piauí S.A., cujo presidente é Raimundo Neto, irmão do senador. O empresário Reynaldo Costa Filho, sócio da Allsan, foi capturado na segunda-feira por ordem judicial.
Raimundo Neto já pediu exoneração do cargo de presidente da Agespisa. Ele afirmou que o pedido se deu por conta de problemas pessoais.
A investigação revela que Nery estaria recebendo o equivalente a 14% do faturamento mensal da Allsan pelo contrato com a Agespisa, firmado em "caráter emergencial" em dezembro de 2011, prorrogado por mais 180 dias em junho de 2012.
Nery caiu no grampo da Águas Claras em negociações com Costa Filho. Em um diálogo, a 29 de agosto, o empresário queixa-se ao diretor da CBTU de que estaria sendo "ameaçado" por José Roberto Leão, ligado à Agespisa.
Leão seria o encarregado de passar informações sigilosas à Allsan e a Nery "referentes a licitações e ao jurídico da companhia, recebendo vantagem financeira para tanto". Quando seu celular tocou naquele dia, às 14h12, Nery disse ao empresário que estava chegando ao Ministério das Cidades, em Brasília.
"Você entendeu o que eu te falei?", pergunta Costa Filho. A resposta de Nery: "É o seguinte, eu tô entrando aqui, no Ministério das Cidades, na garagem, eu vou subir, lá de cima eu te ligo".
O empresário demonstra temor a Leão e insiste com Nery: "Me liga urgente aqui, cara. Que o cara tá querendo setenta e cinco pau! Vai pro advogado, o cara tá louco! Tá ameaçando".
Os grampos mostram que Nery teria poderes sobre Leão e empenha-se em tranquilizar o empresário. "Ele (Leão) tem funções, ele tem tudo dado por mim. Como ele vai tomar atitude errada, ele não é louco!"
O relatório descreve Nery como empresário da capital piauiense, pessoa diretamente ligada à política local que concorreu às eleições de 2004 para prefeito e, em 2006, como suplente de senador. "Utiliza-se de linha telefônica móvel registrada em nome da empresa Lourival Nery e Cia. Ltda., em Teresina."
O documento acentua que Nery foi "flagrado incontáveis vezes mantendo dialogo telefônico com Reynaldo Costa Filho, as quais claramente indicam a sua influência e interferência direta junto à presidência da Agespisa, aos advogados da companhia responsáveis pelo procedimento licitatório e com os demais agentes públicos que lhe repassam informações sigilosas".
O senador Ciro Nogueira não é investigado. A Operação Águas Claras apenas cita seu nome.
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