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Delegacias de Teresina não receberão mais presos da Justiça

Entidade diz que situação foi denunciada, mas nada foi feito.

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil anunciou nesta sexta-feira (4) que as delegacias de Teresina não receberão mais presos da Justiça. Através de nota à imprensa, o sindicato informou que após serem autuados, os detentos serão transferidos direto da Central de Flagrantes para o sistema prisional.

Os delegados alegam que a manutenção dos presos da Justiça além de atrapalhar o trabalho regular dos distritos, também é uma função atribuída ‘irregularmente’. O sindicato diz ainda que a situação foi denunciada várias vezes, mas que nenhuma providência efetiva foi tomada e que o problema só se agravou.

A delegada Andrea Magalhães, presindete do Sindepol, já havia feito a denúncia em entrevista ao G1 Piauí publicada no dia 28 de setembro. "A questão dos presos nas delegacias é uma bomba relógio, é insustentável, é uma tragédia anunciada. A Central de Flagrantes chegou a ter 26 presos em uma cela só e eles disseram que se chegasse mais um, eles matariam essa pessoa. Dá para a gente conviver com essa realidade? A função dos agentes e delegados é investigar e não cuidar de preso em cela", disse.

De acordo com o sindicato, em março deste ano encerrou o prazo dado pelo juiz José Vidal de Freitas Filho, da 2º Vara das Execuções Penais da Comarca de Teresina, para a Secretaria de Justiça apresentar um plano de retirada dos presos dos distritos da capital.

A decisão do juiz acatou um pedido formulado pelo promotor Elói Pereira de Sousa Júnior, Promotor de Justiça titular da 48ª Promotoria das Execuções Penais, após ter sido representado pelo Sindepol.

Exemplo da situação foi a rebelião ocorrida na Central de Flagrantes de Teresina no dia 4 de setembro. Na ocasião, os cerca de 30 presos no local realizaram um motim para protestar a superlotação na unidade. Os detentos chegaram a cavar buracos nas paredes da cela na tentativa de fugir.
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