Cerca de 200 famílias são retiradas pela polícia de terreno na Zona Leste

Cerca de 200 famílias reivindicam a posse de um terreno na Vila Uruguai, Zona Leste de Teresina. O local foi invadido desde a semana passada pelos moradores da região, que pedem providências da Prefeitura.

Por volta das 10h desta sexta-feira (14) policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar, sob comando do tenente José Chaves, foram encaminhados até o local para darem cumprimento ao mandando judicial solicitado pelo proprietário do terreno.

"A Justiça emitiu esse documento até que o proprietário regularize a situação do imóvel. Esperamos que não haja confusão, mas de qualquer forma a tropa de choque está sob aviso", relatou o policial.

Ainda segundo o tenente, os policiais estão na região para fazer a segurança dos pedreiros enviados pelo dono do terreno, além dos próprios manifestantes. “Estamos aqui para garantir a segurança de todos e orientamos ao manifestantes a buscar outros meios para solucionar o impasse”, ressaltou o tenente José Chaves.

Segundo o jardineiro José Nildo, somente agora, quando as famílias limparam o terreno e iriam construir as casas, é que um suposto proprietário do imóvel apareceu. "Essa pessoa já chegou aqui nos agredindo, mandando a gente sair do local e ameaçando, mas não apresentou nenhum documento comprovando ser ele o dono da terra", explica.

O morador revelou também que invadiu o local com a intenção de construir uma casa para a filha e que acha um absurdo à presença policial. Após conversarem com a polícia, os moradores decidiram que vão na segunda-feira (17) à Superintendência de Desenvolvimento Urbano da Zona Leste, para resolver a situação.

“Caso o proprietário não comprove a posse do terreno, vamos solicitar a propriedade e garantir a construção de nossas casas no terreno há décadas abandonado”, disse a dona de casa Zeneide da Silva.

O pedreiro Antônio Guerreiro diz que quer construir no local uma casa para filha que acabou de casar. “Minha filha ainda não tem casa e assim como essas famílias precisa do terreno para construir sua moradia. Não é justo que tirem a gente daqui e a polícia dê proteção para uma pessoa que não mostra o título de posse do terreno”, diz Antônio.

Ainda segundo Antônio as famílias fizeram o abaixo assinado reivindicando providência por parte do poder público. “Todas as pessoas que lutam por esta terra querem apenas um pedaço de chão para morar”, ressalta Antônio Guerreiro.

O proprietário do terreno não foi encontrado e apenas seguranças particulares foram enviados até o local.