Inquérito mostra que policiais receberam informações erradas e alteraram a cena do crime
Cerca de um mês antes da execução do crime, o Núcleo de Inteligência da Polícia Militar iniciou o monitoramento da quadrilha mas não se preparou para impedir o assalto
O inquérito em andamento na Polícia Civil do Piauí traz fortes indícios de que a Polícia Militar sabia previamente do plano de assaltar a agência do Banco do Brasil de Miguel Alves e não fez nada para impedir a concretização do crime, que aconteceu no dia 30 de abril e resultou na morte do gerente Ademyston Rodrigues e mais três homens envolvidos no assalto.
Documentos mostrados em uma reportagem de uma emissora de TV local mostraram que a atuação da Polícia Militar foi ainda mais criminosa. De acordo com as informações, os policiais do Gate, grupo de elite da PM do Piauí, alteraram a cena do crime e forjaram um auto de resistência para justificar as mortes.
Monitoramento da quadrilha
Cerca de um mês antes da execução do crime, o Núcleo de Inteligência da Polícia Militar iniciou o monitoramento da quadrilha que assaltou a agência, identificando inclusive a casa de apoio localizada no bairro Saci, zona Sul de Teresina, e uma loja de rações frequentada pelos assaltantes.
Cerca de 10 dias antes do assalto, equipes do Gate foram deslocadas para o município de Miguel Alves para montar um minucioso plano para evitar que os criminosos fugissem, no entanto, não foi elaborada nenhuma estratégia para impedir o assalto.
A ação policial
No dia 30 de abril, data do assalto, um policial sem farda estava em frente à agência quando os cinco homens fortemente armados invadiram o Banco do Brasil e roubaram R$ 437 mil, além de levar duas pessoas como refém – o gerente do banco Ademyston Rodrigues e o agente de crédito identificado apenas como André.
De acordo com a matéria, o policial à paisana gravou os detalhes do veículo de fuga – um Siena prata – e repassou ao restante da equipe. Policias do Gate montaram três barreiras nas estradas de acesso à Miguel Alves.
Foi na via que dá acesso ao Povoado Forquilha, na zona rural de Miguel Alves que aconteceu o confronto entre PMs e assaltantes. No tiroteio, quatro pessoas foram mortas: três assaltantes e o gerente do banco. Os outros dois criminosos conseguiram escapar e fugir pela mata. Um dos reféns também sobreviveu.
No entanto, a versão contada pelos policiais militares e a situação apurada pela Polícia Civil sobre o momento do confronto, são completamente divergentes.
Os PMs revelaram que ao entrar na estrada e avistar a barreira policial, os assaltantes atiraram. Ao tentar desviar do bloqueio, o motorista perdeu o controle do carro, que desceu uma ribanceira. Mesmo cercados, os criminosos desceram do veículo atirando e executaram um dos reféns. Só então a polícia abriu fogo, matando três membros do grupo.
Já o inquérito da Polícia Civil aponta evidências de que o carro de fuga foi alvejado assim que entrou na linha de tiro da PM. Os policiais do Gate bloqueavam a estrada com uma Kombi disfarçada com adesivos de uma empresa de telefonia.
Ao avistar o veículo dos assaltantes, os policiais dispararam, acertando alguns dos ocupantes. Sem controle, o carro desce a ribanceira. A perícia constatou que há tiros na parte frontal do Siena. Um vídeo amador reforça essa versão. Nele, um popular narra que o carro seguia na estrada, foi alvejado e, só então, desceu a ribanceira.
Erro de informação
As equipes do Gate foram orientadas para preservar o bagageiro do Siena, porque seria o local em que os dois reféns estariam. No entanto, o corpo do gerente Ademyston Rodrigues foi encontrado em dos bancos da frente, e segundo a matéria, o gerente estava no colo de um dos assaltantes.
Ademyston recebeu um tiro na parte frontal da cabeça, foi atingido no lado direito do tórax por estilhaços de bala e fraturou um pé. Massa encefálica encontrada no carro será periciada com ajuda da Polícia Federal e pode ajudar a Polícia Civil a esclarecer de onde partiu o tiro fatal.
Cena forjada
Também consta no inquérito um vídeo que mostra homens com farda do Gate alterando a cena do crime e retirando os corpos do interior do veículo antes da perícia. Além disso, testemunhas revelam que mesmo com a situação sob controle os policiais dispararam novos tiros.
A Polícia Civil também desconfia que os PMs tenham obrigado o refém sobrevivente, o agente de crédito André, a prestar um depoimento falso. Primeiro ele relatou ter testemunhado o momento em que um dos assaltantes executou Ademyston. Entretanto, dias depois, voltou atrás e reformulou o depoimento, afirmando não saber a origem do disparo.
Inquérito
Oficialmente, a Polícia Civil nada fala sobre as investigações do caso. De acordo com a família do gerente, o inquérito deverá ser concluído até o dia 15 de junho. O corpo de Ademyston Rodrigues foi exumado e permanece no IML de Teresina.
Documentos mostrados em uma reportagem de uma emissora de TV local mostraram que a atuação da Polícia Militar foi ainda mais criminosa. De acordo com as informações, os policiais do Gate, grupo de elite da PM do Piauí, alteraram a cena do crime e forjaram um auto de resistência para justificar as mortes.
Monitoramento da quadrilha
Cerca de um mês antes da execução do crime, o Núcleo de Inteligência da Polícia Militar iniciou o monitoramento da quadrilha que assaltou a agência, identificando inclusive a casa de apoio localizada no bairro Saci, zona Sul de Teresina, e uma loja de rações frequentada pelos assaltantes.
Cerca de 10 dias antes do assalto, equipes do Gate foram deslocadas para o município de Miguel Alves para montar um minucioso plano para evitar que os criminosos fugissem, no entanto, não foi elaborada nenhuma estratégia para impedir o assalto.
A ação policial
No dia 30 de abril, data do assalto, um policial sem farda estava em frente à agência quando os cinco homens fortemente armados invadiram o Banco do Brasil e roubaram R$ 437 mil, além de levar duas pessoas como refém – o gerente do banco Ademyston Rodrigues e o agente de crédito identificado apenas como André.
De acordo com a matéria, o policial à paisana gravou os detalhes do veículo de fuga – um Siena prata – e repassou ao restante da equipe. Policias do Gate montaram três barreiras nas estradas de acesso à Miguel Alves.
Foi na via que dá acesso ao Povoado Forquilha, na zona rural de Miguel Alves que aconteceu o confronto entre PMs e assaltantes. No tiroteio, quatro pessoas foram mortas: três assaltantes e o gerente do banco. Os outros dois criminosos conseguiram escapar e fugir pela mata. Um dos reféns também sobreviveu.
No entanto, a versão contada pelos policiais militares e a situação apurada pela Polícia Civil sobre o momento do confronto, são completamente divergentes.
Os PMs revelaram que ao entrar na estrada e avistar a barreira policial, os assaltantes atiraram. Ao tentar desviar do bloqueio, o motorista perdeu o controle do carro, que desceu uma ribanceira. Mesmo cercados, os criminosos desceram do veículo atirando e executaram um dos reféns. Só então a polícia abriu fogo, matando três membros do grupo.
Já o inquérito da Polícia Civil aponta evidências de que o carro de fuga foi alvejado assim que entrou na linha de tiro da PM. Os policiais do Gate bloqueavam a estrada com uma Kombi disfarçada com adesivos de uma empresa de telefonia.
Ao avistar o veículo dos assaltantes, os policiais dispararam, acertando alguns dos ocupantes. Sem controle, o carro desce a ribanceira. A perícia constatou que há tiros na parte frontal do Siena. Um vídeo amador reforça essa versão. Nele, um popular narra que o carro seguia na estrada, foi alvejado e, só então, desceu a ribanceira.
Erro de informação
As equipes do Gate foram orientadas para preservar o bagageiro do Siena, porque seria o local em que os dois reféns estariam. No entanto, o corpo do gerente Ademyston Rodrigues foi encontrado em dos bancos da frente, e segundo a matéria, o gerente estava no colo de um dos assaltantes.
Ademyston recebeu um tiro na parte frontal da cabeça, foi atingido no lado direito do tórax por estilhaços de bala e fraturou um pé. Massa encefálica encontrada no carro será periciada com ajuda da Polícia Federal e pode ajudar a Polícia Civil a esclarecer de onde partiu o tiro fatal.
Cena forjada
Também consta no inquérito um vídeo que mostra homens com farda do Gate alterando a cena do crime e retirando os corpos do interior do veículo antes da perícia. Além disso, testemunhas revelam que mesmo com a situação sob controle os policiais dispararam novos tiros.
A Polícia Civil também desconfia que os PMs tenham obrigado o refém sobrevivente, o agente de crédito André, a prestar um depoimento falso. Primeiro ele relatou ter testemunhado o momento em que um dos assaltantes executou Ademyston. Entretanto, dias depois, voltou atrás e reformulou o depoimento, afirmando não saber a origem do disparo.
Inquérito
Oficialmente, a Polícia Civil nada fala sobre as investigações do caso. De acordo com a família do gerente, o inquérito deverá ser concluído até o dia 15 de junho. O corpo de Ademyston Rodrigues foi exumado e permanece no IML de Teresina.
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Willame Moraes
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