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Família denuncia que idoso morreu por falta de leitos de UTI em Teresina

HGV tem 312 leitos, 16 de UTI, abaixo do exigido pelo Ministério da Saúde. Falta de unidade se dar por conta do número de pessoas, diz a direção.

A falta de vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), nos hospitais públicos do Piauí é um problema cada vez mais grave. Casos que poderia ser solucionados com ajuda de uma UTI muitas vezes são agravados por conta da escassez dessas unidades.

A família de um aposentado que morreu por conta de um leito de tratamento avançado denunciou que Bernardo Herculano de Sousa, de 80, foi a última vítima do descaso.

De acordo com Delane Ramos, neta do aposentado, denunciou que o avô morreu por falta de um leito no Hospital Getúlio Vargas (HGV). Bernardo Herculano foi internado no dia 18 de junho, uma semana depois piorou e precisou ser transferido a UTI só que não tinha leito disponível.

“A gente ver que tem uma familiar precisando de uma UTI para ser reanimado e no hospital não ter estrutura, faltando aparelhos e ver quem gostamos morrer aos poucos é um absurdo”, disse.

Considerado o hospital de média e alta complexidade, o HGV tem 312 leitos, 16 de UTI, metade do que é recomendado pelo Ministério da Saúde. O ministério estabelece que nos hospitais as vagas de leitos de tratamentos avançados tem que corresponderem a 10% do total de leitos.

Para o diretor do HGV, Carlos Iglesias, a falta de leitos avançados se dar por conta do número de pessoas atendidas na unidade. “Muitas vezes necessitamos de um leito de UTI e não tem. Por ser um hospital de média e alta complexidade os leitos de UTI tem fila de espera e é uma coisa lamentavelmente absurda. Porque quem precisa de um leito assim são pacientes extremamente graves”, relatou.

Segundo o Conselho Estadual de Saúde, o Piauí dispõe atualmente de 178 leitos de UTI, bem abaixo do que é estabelecido pelo estado que seriam de 312 vagas. O conselho também denuncia que no Hospital Universitário foram instalados 28 leitos de Terapia Intensiva, mas nunca funcionaram. O Ministério Público Federal abriu inquérito para investigar a situação do HU.

“Se nós conseguíssemos funcionar as 28 Unidades de Terapia Intensiva do HU de imediato e resgatar uma quantidade mais elevada no HGV melhorava muito a situação”, contou José Teófilo Cavalcante, conselheiro estadual de saúde.

A assessoria de comunicação do HU informou que a previsão é até o final do mês de julho para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva.
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