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Exploração do caranguejo no Delta do Parnaíba é viável

Estudos da Codevasf garantem que industrialização vai agregar valores.

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarMangue do Piauí: maior produtor de caranguejo do Nordeste(Imagem:Reprodução)Mangue do Piauí: maior produtor de caranguejo do Nordeste
Estudos feitos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) garantem ser viável a exploração sustentável do caranguejo-uçá no Delta do Parnaíba e a industrialização do produto poderá agregar valor à atividade que garante ocupação a quase cinco mil catadores que vivem da captura e comercialização de cerca de 20 milhões de unidades por ano.

Os estudos no Delta do Parnaíba, região que é a principal produtora de crustáceos do Nordeste, começaram em 2006 com vistas à estruturação e à sustentabilidade da atividade, constam da publicação Industrialização do caranguejo-uçá do Delta do Parnaíba, que será lançado esta semana durante a Feira da Micro e Pequena Empresa (Fepeme), em Parnaíba, que será aberta no próximo dia 18.

Na publicação estão descritos os experimentos que levaram à criação de nove produtos à base de caranguejo-uçá, submetidos a testes laboratoriais, sensoriais e de aceitabilidade do paladar de mais de 300 consumidores em restaurantes de Parnaíba e Teresina, no Piauí, Fortaleza, no Ceará, e Recife, em Pernambuco.

Para o engenheiro de pesca e técnico da Codevasf, Albert Bartolomeu Rosa, os projetos desenvolvidos no projeto piloto apresentam grande possibilidade de ampliação de mercado para o caranguejo-uçá para além das cidades litorâneas próximas à área de produção, não se restringindo apenas a patinhas, casquinhas e caranguejos inteiros.

Além do projeto piloto de industrialização, a Codevasf, em parceria com o Governo do Estado, já vinha desenvolvendo ações para reestruturação da atividade, entre elas a construção do Centro de Recepção e Comercialização de Caranguejos do município de Ilha Grande e o microzoneamento ecológico-econômico da Planície Litorânea de Parnaíba.

A Codevasf também contratou consultores para análise da matéria-prima, do potencial de produção de caranguejo-uçá e das instalações de processamento de pescado da região. Os estudos confirmaram os problemas de mortalidade que ocorrem na cadeia produtiva do caranguejo e as precárias condições do processamento artesanal do crustáceo. Além disso, confirmou-se o potencial da matéria-prima e a existência de indústrias de beneficiamento do camarão na região em condições de processar caranguejo.
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