Governo FHC suspeitou de ação terrorista no Sul do País
Relatório feito em 1999 por agentes da sucessora do SNI e a SAE , vinculada à Presidência, aborda uma suposta reestruturação na atuação do Hizbollah, grupo extr
Documentos inéditos produzidos pelo serviço de inteligência do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) revelam que o Brasil suspeitou da existência de atividades terroristas na região da Tríplice Fronteira com a Argentina e o Paraguai.
Citam ainda o risco de o terrorista Osama bin Laden atacar em território nacional --três anos antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 que tornaram o saudita o inimigo número 1 do Ocidente.
Os relatórios abertos ontem à consulta no Arquivo Nacional a partir da Lei de Acesso à Informação, em Brasília, contradizem a posição oficial do Brasil, que sempre negou possuir indícios da atuação terrorista na área.
O governo dizia que as suspeitas sobre a região eram uma "satanização" difundida pelos governos dos Estados Unidos e de Israel. A área tem uma grande presença árabe, em especial libanesa.
Relatório feito em 1999 por agentes da sucessora do SNI, a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), vinculada à Presidência, aborda uma suposta reestruturação na atuação do Hizbollah, grupo extremista xiita libanês.
É citada reunião do Hizbollah em 1999 em Ciudad del Este (Paraguai) que, segundo os arapongas, reuniu integrantes do grupo e um enviado da direção da organização.
"Brasil e Paraguai assumiram especial relevância, passaram a servir de base para combatentes que elegeriam alvos, especialmente na Argentina e no Uruguai", afirma o documento.
Em outro trecho, a SAE diz que as atividades estão centralizadas em Ciudad del Este e em São Paulo, e levanta a possibilidade de uma ação "conjunta com grupos radicais de origem egípcia, que têm presença na fronteira do Brasil com o Uruguai".
Três anos antes, em 1996, a SAE falava em bases do Hizbollah em pelo menos cinco cidades brasileiras: Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, Ponta Porã (MS), Tabatinga (AM) e São Paulo.
Em 1998, a inteligência argentina informou a brasileira estar investigando com americanos a possibilidade de o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina, em 1994, ter sido planejado em uma base localizada no Brasil.
O ataque matou 85 pessoas e é considerado o pior do gênero no Cone Sul. Promotores argentinos acusam o Irã de ter planejado o atentado, utilizando o Hizbollah, a quem arma e protege, como o executor. O governo iraniano e o grupo negam.
No mesmo ano de 1998 um documento cita Bin Laden, que havia acabado de atacar embaixadas americanas na África e ter sido alvo de bombardeios de retaliação contra seus campos de treinamento no Afeganistão, ainda dominado pelo grupo Taleban.
O cenário, disseram os arapongas, levantava "a hipótese de ocorrerem atentados no território brasileiro, bem como na América do Sul".
Há ainda documentos que registram indícios de atuação de integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia no país. Segundo os textos, há indícios de que membros das Farc faziam tráfico de drogas no Brasil.
Citam ainda o risco de o terrorista Osama bin Laden atacar em território nacional --três anos antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 que tornaram o saudita o inimigo número 1 do Ocidente.
Os relatórios abertos ontem à consulta no Arquivo Nacional a partir da Lei de Acesso à Informação, em Brasília, contradizem a posição oficial do Brasil, que sempre negou possuir indícios da atuação terrorista na área.
O governo dizia que as suspeitas sobre a região eram uma "satanização" difundida pelos governos dos Estados Unidos e de Israel. A área tem uma grande presença árabe, em especial libanesa.
Relatório feito em 1999 por agentes da sucessora do SNI, a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), vinculada à Presidência, aborda uma suposta reestruturação na atuação do Hizbollah, grupo extremista xiita libanês.
É citada reunião do Hizbollah em 1999 em Ciudad del Este (Paraguai) que, segundo os arapongas, reuniu integrantes do grupo e um enviado da direção da organização.
"Brasil e Paraguai assumiram especial relevância, passaram a servir de base para combatentes que elegeriam alvos, especialmente na Argentina e no Uruguai", afirma o documento.
Em outro trecho, a SAE diz que as atividades estão centralizadas em Ciudad del Este e em São Paulo, e levanta a possibilidade de uma ação "conjunta com grupos radicais de origem egípcia, que têm presença na fronteira do Brasil com o Uruguai".
Três anos antes, em 1996, a SAE falava em bases do Hizbollah em pelo menos cinco cidades brasileiras: Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, Ponta Porã (MS), Tabatinga (AM) e São Paulo.
Em 1998, a inteligência argentina informou a brasileira estar investigando com americanos a possibilidade de o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina, em 1994, ter sido planejado em uma base localizada no Brasil.
O ataque matou 85 pessoas e é considerado o pior do gênero no Cone Sul. Promotores argentinos acusam o Irã de ter planejado o atentado, utilizando o Hizbollah, a quem arma e protege, como o executor. O governo iraniano e o grupo negam.
No mesmo ano de 1998 um documento cita Bin Laden, que havia acabado de atacar embaixadas americanas na África e ter sido alvo de bombardeios de retaliação contra seus campos de treinamento no Afeganistão, ainda dominado pelo grupo Taleban.
O cenário, disseram os arapongas, levantava "a hipótese de ocorrerem atentados no território brasileiro, bem como na América do Sul".
Há ainda documentos que registram indícios de atuação de integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia no país. Segundo os textos, há indícios de que membros das Farc faziam tráfico de drogas no Brasil.
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