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Polícia impede ex-namorado de Amanda Knox de deixar a Itália

Amanda fez 1ª aparição pública após sua condenação por assassinato.

O italiano Raffaele Sollecito, condenado na véspera à prisão junto com sua ex-namorada americana Amanda Knox, foi parado pela polícia italiana nesta sexta-feira (31) próximo à fronteira com a Áustria e advertido de que ele não pode deixar a Itália.

Sollecito e Amanda foram considerados culpados, na véspera, no segundo recurso do julgamento do assassinato de Meredith Kercher – a jovem britânica de 21 anos encontrada morta por esfaqueamento em uma república de estudantes, em novembro de 2007.

Amanda foi condenada a 28 anos e seis meses de prisão, e Sollecito, a 25 anos.

Amanda e Sollecito haviam sido absolvidos do crime em 2011 - em segunda instância, após uma primeira condenação. O crime voltou à tona em 26 de março de 2013, quando o mais alto tribunal criminal da Itália anulou a absolvição de Amanda e ordenou um novo julgamento.
Amanda disse que estava com medo e triste pelo que chamou de "injusto" veredicto. "Eu fui inocentada antes, esperava mais do sistema judicial italiano. A evidência e a teoria acusatória não justificam um veredicto de culpa além de uma dúvida razoável", disse ela por meio de um comunicado divulgado por seu porta-voz.

Amanda, agora estudante na Universidade de Washington, Estados Unidos, já havia divulgado um comunicado dizendo que estava confiante de que seria absolvida novamente. A Suprema Corte de Cassação da Itália decidiu que o tribunal de apelações em Florença deveria voltar a julgar o caso.

Se as apelações finais forem acolhidas, nem Amanda nem Sollecito irão para a prisão enquanto a mais alta corte da Itália não pronunciar seu veredicto, o que deve ocorrer em 90 dias.

Amanda teria de ser extraditada para cumprir a pena, o que é pouco provável que vá ocorrer. A corte proibiu Sollecito de deixar a Itália.

Entenda o caso


Amanda, agora com 25 anos, e Sollecito, 29, foram presos logo após o corpo de Meredith ser encontrado em 2007 com a garganta cortada e em meio a uma poça de sangue em seu quarto em Perugia. Amanda e o ex-namorado dividiam o apartamento.

Meredith, de 21 anos, estudante da cidade de Leeds, foi encontrada seminua e com 43 marcas de faca no apartamento que dividia com Amanda. Os exames dos legistas mostraram que ela também foi estuprada. A promotoria considerou que os jovens mataram Meredith durante uma noite de sexo, álcool e drogas.

Procuradores alegaram que Meredith foi vítima de um jogo sexual. Amanda e Sollecito negaram as acusações e disseram que eles não estavam no apartamento naquela noite, embora tenham admitido que fumaram maconha e que a memória estava "nublada" naquele dia. Um homem da Costa do Marfim, Rudy Guede, foi condenado pelo assassinato em um processo separado e está cumprindo uma sentença de 16 anos.

Amanda e Sollecito foram inicialmente condenados pelo assassinato e a penas de prisão longas, mas foram absolvidos em segunda instância em 2011. Depois de quase quatro anos atrás das grades, na Itália, Amanda retornou a sua cidade natal, Seattle, e Sollecito retomou seus estudos de ciência da computação.

Entrevista e livro

Em entrevista à rede de TV ABC, em 2013, Amanda voltou a alegar sua inocência pela acusação. Questionada sobre os adjetivos que recebeu na cobertura da mídia internacional sobre o assassinato, em 2007, entre eles "diaba" e "manipuladora sem coração", Amanda afirmou que estão "todos errados". "Eu gostaria de que me reconsiderassem como uma pessoa", afirmou a americana.

"Para todos os efeitos, eu era uma assassina, fosse ou não. E eu precisava viver com a ideia de que aquela seria minha vida", comentou. Ela afirmou ainda que o que aconteceu com ela foi "surreal", mas que é algo que "poderia acontecer com qualquer um".

A entrevista coincidiu com o lançamento da biografia de Amanda, "Waiting to Be Heard" (Esperando para ser Ouvida, na tradução livre), pela qual ela teria recebido mais de US$ 4 milhões, segundo o correspondente da BBC em Washington David Willis.

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Willame Moraes

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