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"Falta de caráter não é crime", diz delegado James Guerra sobre o falso "profeta"

"Investigamos o estelionato que gerou a prisão e ele ficou preso até quando a Justiça concedeu o direito de responder em liberdade" disse o delegado.

O Delegado Geral da Polícia Civil, James Guerra, concedeu entrevista nesta segunda-feira (15) ao Jornal do Piauí e falou sobre o caso do “profeta” Luis Pereira dos Santos, solto no final de semana após ser detido sob a acusação de estelionato.
Imagem: ReproduçãoJames Guerra(Imagem:Reprodução)James Guerra

Guerra diz que a polícia está investigando os crimes que ele teria cometido. “A DPCA começou as investigações de que ele teria impedindo crianças de ir à escola. Pedimos a busca e apreensão à Justiça e realizamos na quinta. No dia seguinte, investigamos o estelionato que gerou a prisão e ele ficou preso até quando a Justiça concedeu o direito de responder em liberdade”, descreve.

Segundo o Delegado Geral, o relatório final será feito com a relação ao possível crime contra as crianças. A investigação sobre o suposto estelionato vai ser concluída pelo 11º DP que já possui uma grande quantidade de informações de pessoas que teriam vendido seus bens para beneficiar o profeta. “Nos próximos dez dias vamos concluir o inquérito dele. Ele não está sendo monitorado porque seria uma restrição de liberdade. Ele tem alvará de soltura e só pode ser preso novamente se houver algum risco para as pessoas”, explica Guerra.

Mortes

Sobre a suposta morte de dois seguidores do “profeta” que teriam morrido na “Arca”, o delegado é cauteloso. “Depoimentos de seguidores da doutrina, que começou há 4 ou 5 nos atrás, dão conta de que numa data longínqua, duas pessoas teriam morrido por circunstancias inexplicadas. Precisamos apreciar a informação no conjunto, se identificar as pessoas e comprovarmos as suspeitas de elas morreram sob circunstâncias inexplicadas, será o caso (de haver investigação), mas isso não se apresenta até então. É preciso ter algo concreto”, pontua.

Psíquico

O delegado acredita que Luis Pereira dos Santos tenha algum problema de ordem psiquiátrica. “Dentro do inquérito policial ele vai responder por crimes de ordem policial, mas no inquérito é que vamos saber se ele tinha ou não problemas mentais. A crença que ele tem, de que recebeu um anjo, ouvia vozes... quando a defesa chegar em juízo, pode alegar insanidade mental. A polícia faz a sua parte, mas a experiência ensina que ele apresenta sinais de distúrbios psicológicos ou psíquicos”, avalia.

Ao ser questionado por um espectador que enviou sua pergunta ao Jornal do Piauí que disse que o “profeta” estava agindo de má fé, James Guerra disse: “Precisamos de fatos comprovatórios para incriminá-lo. A falta de caráter, em si, não é crime”, pontua.

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