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HUT atendeu 2.647 casos de retiradas de corpos estranhos em 2017

O ouvido é o local com maior número de procedimentos, seguido do nariz e da garganta.

O Hospital de Urgência de Teresina realizou, no ano passado 2.647 atendimentos de crianças e adultos para retirada de objetos estranhos em várias partes do corpo. Desse total, 892 foram pessoas com até 12 de idade.

O número de casos registrado teve um aumento de 7% em comparação com 2016, que somou 2.475 ocorrências. O corpo estranho é qualquer objeto ou substância que, acidentalmente, penetre o corpo. Pode ser colocado pelas narinas, ouvidos, boca ou órgãos genitais.

Conforme o relatório do setor de estatística do HUT, o ouvido é o local mais comum para a retirada de corpos estranhos, com 370 atendimentos. Logo depois, vem o nariz, com 254 dos casos e a garganta com 207 ocorrências. Houve também 48 atendimentos em locais indefinidos e 13 em genitálias.

  • Foto: Reprodução/Street ViewHospital de Urgência de Teresina na zona sulHospital de Urgência de Teresina na zona sul

De acordo com o Gilberto Albuquerque, endoscopista e diretor geral do HUT, o hospital atende, em média, seis pacientes de todas as idades por dia, para retirada de objetos estranhos. Alguns casos chegam bastantes graves, com risco de morte.

O endoscopista cita que as espinhas de peixes, ossos de galinhas e moedas pequenas são os “corpos estranhos” mais frequentes na urgência do HUT. Há ainda outros elementos, que, embora não sejam muito recorrentes, são bastantes grave pela grande dificuldade de retirada do objeto, são sementes, e pedrarias para produção de bijuterias.

Gilberto Albuquerque citou ainda que as semente em geral e pedrarias para confecção de bijuterias não são muito frequentes, porém possuem alta gravidade, pela grande dificuldade de retirada do objeto. “Quanto mais dura e lisa for a superfície do objeto, mais difícil fica para conseguirmos retirar, pois a pinça não consegue pegá-lo”, afirma.

Maiores Riscos

O risco é ainda maior para aqueles onde o objeto estranho é aspirado para o pulmão, o que pode causar obstrução parcial ou até total do brônquio. Em Crianças, a situação pela dificuldade das mesmas em descreverem os sintomas e pela falta de capacidade de expelirem o objeto sozinhas.

“É comum episódios de engasgos e broncoaspirações em bebês durante a amamentação ou ao golfar enquanto dormem. Para as crianças maiores, o risco é de broncoaspirar os alimentos em grão ou pequenos objetos que podem ser levados a boca. Quando uma criança aspira um objeto, ela pode ter o pulmão totalmente obstruído, causando uma parada respiratória. Dependendo da gravidade, ela pode até morrer”, esclarece Gilberto Albuquerque.

O médico também pediu mais atenção às crianças para evitar esse tipo de acidente. “Em 2017 perdemos duas crianças que aspiraram sementes de frutas. Elas já chegaram bastante graves e não tivemos mais como reverter o quadro. São situações evitáveis. É preciso que pais e responsáveis fiquem mais atentos às suas crianças”, alertou.

Sequelas

Em relação as complicações e sequelas, o paciente pode desenvolver um Acidente Cerebral Isquêmico (AVCI), decorrente da falta de sangue em uma área do cérebro, decorrente das obstruções respiratórias. “Se o paciente não morrer, pode ficar em estado vegetativo por anos. Além disso, tem ainda as pneumonias crônicas, sangramentos pulmonares, perfurações do esôfago e brônquios e muitos outros. As complicações podem ser bastante graves”, ressalta o Diretor.

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