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Sintetro diz que 70% dos motoristas e cobradores podem ser demitidos

Segundo o sindicato, as demissões já estão ocorrendo em razão da pandemia que reduziu a frota de circulação dos ônibus coletivos em Teresina.

Cerca de 70% dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina podem ser demitidos, conforme o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro). As demissões estão ocorrendo em razão da pandemia de coronavírus que afetou também os coletivos reduzindo a frota de circulação dos ônibus na capital.

De acordo como presidente do Sintetro, Fernando Feijão, os trabalhadores estão enfrentando ainda um outro problema, isso porque além das demissões as empresas de transporte coletivo não estariam cumprindo os direitos trabalhistas em relação ao valor da multa rescisória a ser paga nesses casos.

  • Foto: Sintetro-PIÔnibusÔnibus

“As demissões já estão acontecendo, as empresas estão tirando até os direitos dos trabalhadores. Ainda não fizemos o levantamento de quantas demissões ocorreram até agora porque os trabalhadores assinaram o aviso prévio, na qual informa que os direitos trabalhistas serão pagos em até 10 vezes, mas não inclui os 40 % da multa rescisória, é aí onde está o problema. Alguns lugares estão praticamente obrigando o trabalhador a fazer esse tipo de acordo com a promessa de que ele vai retornar ao trabalho quando a pandemia passar, mas não acreditamos nisso”, disse o presidente.

Para estimular o isolamento social previsto nos decretos municipal e estadual, a frota de ônibus na capital foi reduzida em mais da metade para que as pessoas fiquem em casa e, por conta disso, há muitos motoristas e cobradores que não estão trabalhando pela falta de demanda. “A frota de ônibus está rodando só em torno de 30 % na capital, a tendência é que cerca de 70% dos trabalhadores sejam postos pra fora, ou seja, uma demissão em massa. O problema não é o agora, é o amanhã é o futuro, como vai ser? Têm muitos pais de famílias preocupados”, ressalta Fernando Feijão.

Conforme o sindicato, a entidade encara a situação como preocupante e não concorda em firmar o acordo que visa o pagamento parcelado dos direitos relacionados às demissões. O presidente disse que está acionando o Ministério Público, por meio de sua assessoria jurídica, para entrar com uma ação contra essas empresas.

“A gente vê tudo isso com muita preocupação porque não estão só demitindo, estão tirando o trabalhador do posto de trabalho sem que ele receba aquilo que é seu por direito. Nossa assessoria jurídica está entrando junto ao Ministério Público para tentar resolver essa situação, temos pedido ajuda também à prefeitura para tentar minimizar isso”, disse.

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