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Animais do Zoobotânico em Teresina serão transferidos para santuários

De acordo com a secretária, Sádia Castro, essa medida será pioneira no Brasil, e a expectativa é que essa transferência dos animais para santuários possa ser feita ainda este ano.

Na manhã desta quinta-feira (15), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) realizou uma coletiva de imprensa com a secretária Sádia Castro, para anunciar a parceria firmada com a Confederação Brasileira de Proteção Animal para um protocolo de esvaziamento e libertação dos animais do parque Zoobotânico, em Teresina.

De acordo com a secretária, essa medida será pioneira no Brasil, e a expectativa é que essa transferência possa ser feita ainda este ano. Segundo ela, em nenhum lugar do país foi elaborado um documento que regulamente os aspectos técnicos de segurança e bem-estar físico e psicológico de transporte e transferência de animais cativos em zoológicos para santuários ecológicos.

  • Foto: Laís Vitória/ViagoraSecretária Sádia CastroSecretária Sádia Castro

"O que nós estamos propondo é um protocolo de transferência desses animais, então fomos buscar as parcerias com a sociedade civil, por isso procuramos a Confederação. E vamos elaborar esse protocolo e vamos apresentar na Câmara de meio ambiente do consórcio nordeste, para que possamos trazer essa ideia para o nordeste. Criar um protocolo que o país não tem, e que precisa ter, porque tudo começa com um protocolo”, destacou.

Conforme a secretária, o objetivo é fazer uma transferência colaborativa e graduada de animais exóticos que vivem no Zoobotânico para santuários e habitats naturais em outros lugares no Brasil, onde esses animais possam viver livremente e os nativos serão reinseridos nas áreas de soltura certificadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Ninguém vai acabar o com o Zoobotânico, ele não vai deixar de aparecer, não vai deixar nunca. Em 2017 ele foi transformado em unidade de conservação, e uma área que é transformada em unidade de conservação, fica para sempre. Não estamos propondo soltar os bichos de qualquer maneira, até porque eles estão em uma condição que se eles forem soltos eles vão morrer também. Nós somos o órgão ambiental, nós conhecemos o regramento e nós sabemos como é que funciona o manejo de fauna e vamos fazer isso com muito rigor técnico e jurídico”, pontuou.

Sadia Castro explica que após as transferências todos os recintos que abrigam atualmente os animais deverão ser destruídos e ressalta que o assunto já vem sendo debatido desde 2019.

"Reformar recinto é cristalizar uma ideia que já está em desuso no mundo inteiro, que é a ideia de ter animais presos para a visitação e apreciação. Essa discursão, esse trabalho nós já estamos fazendo há muito tempo, desde quando começou o trabalho de os animais lá em 2019 pra fazer a soltura, a gente tá nesse dialogo de quais são as legislações que o Brasil tem, quais os sistemas que o Brasil tem”, disse.

  • Foto: DivulgaçãoParque ZoobotânicoParque Zoobotânico

A Secretaria Sádia Castro ressaltou que Confederação já está fazendo o levantamento dos santuários aptos a receberem esses animais, e que o corpo técnico da Semar está providenciando a regularização das espécies junto ao Sistema Nacional de Fauna Silvestre (Sisfauna) e elaborando as instruções normativas do protocolo de transferência, para propor essa discursão junto ao Consorcio Nordeste.

“Nós estamos querendo é criar uma minuta de protocolo, e propor isso no Consórcio Nordeste, na Câmara técnica de Meio Ambiente do Consorcio Nordeste e discutir isso a nível de nordeste, partindo do Piauí e depois levar isso pro Brasil, porque outros estados também querem aderir a esse novo conceito, então o que a gente tá propondo nesse momento é essa discursão, um novo conceito de lidar com os recurso naturais e começando por aqui, vamos dialogar com o IBAMA, Ministério Público”, frisou.

Atrativos

A secretária do Meio Ambiente rebateu a ideia de que o parque perderia seus atrativos com a transferência dos animais exóticos, segundo ela, a ideia é transformar o parque em "mais botânico e menos zoológico".

"O Zoobotânico é uma unidade de conservação. Em unidade de conservação não se permite animal doméstico, animal exótico e animal preso. Lá teremos animais soltos. Essa ideia de animal preso para visitação é uma ideia que não existe em lugar nenhum do mundo. E tem muita coisa pra se fazer no Zoobotânico. Tem trilhas, árvores, muitas atividades",  argumentou.   

Funcionários

De acordo com Sádia, tratadores e os outros funcionários que atuam junto aos animais exóticos devem ser remanejados para outras atividades, como por exemplo o trabalho do Centro de Triagem, localizado nas dependências do próprio Zoobotânico.

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