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Após volta às aulas presenciais na Uespi, alunos reclamam da falta de estrutura

Conforme a assessoria da universidade, antes do retorno presencial foram realizadas diversas ações para contemplar toda a comunidade acadêmica.

Nessa segunda-feira (18), a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) retornou às atividades presenciais. Os alunos e professores depois de dois anos em ensino remoto voltaram ao campus e com isso relataram algumas dificuldades que estão enfrentando com a retomada do ensino presencial.

O Viagora conversou com alunos e professores do Campus Poeta Torquato Neto sobre as principais problemáticas que vem afetando a comunidade docente e discente nessa primeira semana de retorno presencial.

Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
De acordo com a estudante Simone Gonçalves, do 3º período do curso de pedagogia, o deslocamento é a principal dificuldade dela que mora longe, mas também relatou que a estrutura da instituição deixa a desejar.

“Até agora a questão dos professores não tá tendo nenhum problema que eu tenho todos os professores graças a Deus, mas o maior problema é porque eu moro distante, a questão do ônibus que aqui na frente mesmo da UESPI eu só vi um ônibus que é o Universidade para vir e para voltar não tem nenhum ônibus só tem as vans e elas não aceitam mais passes, tem que pagar no dinheiro, aí tá sendo difícil, não só pra mim, mas para a maioria dos alunos que pega ônibus. No primeiro dia que eu não estava sabendo a questão que não estava tendo ônibus para voltar, aí eu tive que pegar a van e a gente esperou bastante tempo. A estrutura é meio precária né, dá pra gente ver, mas realmente precisa ajustar muita coisa, a questão das salas, dos matos que tá tomando de conta da Universidade, bem complicado” relatou a estudante.

Para a acadêmica de Química, Eduarda da Silva Almeida, além da questão da estrutura outro ponto que está afetando é a falta de professores em alguns cursos.

“Aparentemente tá faltando muita coisa na estrutura da Uespi e também na falta de professores, muitos cursos estão sem professores, tem curso no primeiro período, por exemplo, só tem um professor e aí tem muitas coisas que não tá dando certo e também porque a gente vê que não tem álcool em gel para fazer limpeza, um distanciamento também a gente percebe que não tem como ter esse distanciamento, não dá pra seguir todas as medidas de segurança contra a Covid. No momento não tem estrutura o suficiente” disse.

Alguns docentes da Universidade também falaram sobre o retorno e comentaram sobre os problemas citados acima.

A Coordenadora do curso de química, a Professora Beneiurdes Cabral, falou que apesar das dificuldades o retorno foi necessário: “A gente tá só com três dias do nosso retorno presencial em termos de início de semestre, eu estava realmente muito ansiosa para esse retorno, embora ciente das dificuldades que a gente tem, em termos de infraestrutura, acho que nós ainda não estamos preparados, em termos de infraestrutura física, para o retorno desse momento, algumas dificuldades, mas também é um retorno necessário, porque, especialmente, no nosso curso [Química], nós temos muitas atividades práticas no laboratório  e por conta disso, alunos que já deveriam estar formados, por conta dessa suspenção e das atividades, não conseguiram se formar agora por conta dessas pendências das disciplinas que não estavam sendo ofertadas. Então assim, a gente tá se adequando ainda, eu acho que vai ser um aprendizado pra gente se reorganizar para esse retorno, com dificuldades, a gente sente essa dificuldade ainda do retorno, mas assim com a boa vontade da gente superar essa fase. A principal dificuldade que eu estou achando desse momento é exatamente a gente se adequar as normas sanitárias aqui no curso de química e em toda a universidade” disse.

O Professor do curso de História, Antônio Maurini, enfatizou o desempenho dos alunos e chamou a atenção para a Uespi não estar inserida no plano de desenvolvimento do Piauí.

“Na realidade a UESPI ela é formada por seres humanos, quando a gente fala da instituição da UESPI, o que faz a Uespi se movimentar somos nós, as pessoas que trabalham aqui na Uespi, nós temos expectativa  que nós temos dificuldades e eu acho que quem trabalha na Uespi, quem estuda na Uespi sabe que as dificuldades são aparentes, mas nós temos essa força de vontade muito grande que a coisa vai melhorar né, porque se a gente for pensar atrás fica muito complicado, então a gente sempre tem a perspectiva de olhar para frente que a coisa pode melhorar e que nós temos força de contornar tudo isso, agora, sem o apoio do governo, sem o governo não olhar para a Uespi, porque quando fala assim, a Uespi tá acabada, mas as pessoas só falam na Uespi, quem administra a Uespi?! O Governo. Então nós temos que ter essa força, que o governo vá olhar pra Uespi e que os professores continuem lutando, os alunos continuem com garra né, porque nós já mostramos que os resultado aqui são bons vários alunos aqui se destacam, não só no jornalismo, mas em todos os cursos, então nossa perspectiva  é de dificuldade, que nós não podemos esconder a realidade que é aparente, mas nós temos força, que não vai ser esse momento que vai deixar a gente pra trás, o que é que a gente quer contar mesmo é com o apoio do Governo, que o governo crie um projeto realmente que insira a Uespi dentro do desenvolvimento do Piauí, porque até o presente momento o Governo não tem inserido a Uespi, então quando a gente fala que a Uespi cai mal, não é a Uespi que vai mal, porque nós estamos bem aqui os professores, os alunos. O problema é o governo que não olha para a instituição, então nós temos assim, perspectiva difíceis, você tá vendo a estruturam, dois anos parado, então é uma estrutura física que precisa de manutenção, mas nós temos força. Nós temos força, porque se você fechar os olhos e olhar esse estado sem a Uespi, o caos educacional, é complicado, porque você vai ficar se arrastando para que lado, para a Federal e para os particulares, então a Uespi tem um serviço é uma instituição muito importante para o Estado” relatou.

As mesmas dificuldades em relação às estruturas foram pautadas por toda a comunidade acadêmica, como no campus de Oeiras em que alunos protestaram sobre as condições da instituição.

Outro lado

A reportagem procurou a assessoria da instituição de ensino superior sobre o assunto. Em resposta a Uespi informou que antes do retorno presencial foram realizadas diversas ações para contemplar toda a comunidade acadêmica.

Confira abaixo a nota da instituição na íntegra:

“Antes das aulas retornarem presencialmente, foram feitas incansáveis ações para contemplar toda a comunidade acadêmica. Durante toda a semana passada aconteceram reuniões do Comitê Gestor de Crise da Universidade Estadual do Piauí com o objetivo discutir o protocolo sanitário que estabelece as condições para retomada de atividades presenciais na UESPI, nos âmbitos administrativo e acadêmico.

O Comitê Gestor de Crise é formado por membros da Administração Superior, diretores de Campus e de centros, bem como representantes dos estudantes e servidores, incluindo técnicos e docentes. Esta composição garante amplo diálogo para a tomada compartilhada de decisões que impactam nos rumos da universidade.

Ao fim da discussão do protocolo sanitário sugerido, decidiu-se por sua aprovação por ampla maioria dos membros do Comitê, dando continuidade às ações que vinham sendo tomadas no sentido de preparar a estrutura e recursos humanos da instituição para o início do período letivo presencial no dia 18 de abril de 2022, que já tem retornado com força total. Entre as ações citamos reformas, sanitização, estruturação de salas e espaços de convivência para a realização das atividades acadêmicas.

Deste modo, a Universidade Estadual do Piauí, retomou seu regime de atividades acadêmicas e administrativas presenciais tão esperado pela comunidade, em todos os campi sediados na capital e interior.  A população que anseia por este retorno, está fazendo nas condições de segurança e proteção recomendadas pelas autoridades de saúde a exemplo do COE, como uso de máscaras e solicitação do passaporte vacinal, e conforme o intenso trabalho de todos os que compõem a instituição”.

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