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Médico Anatole Borges é acusado de agredir sobrinha em condomínio na zona Leste de Teresina

A defesa do ginecologista declarou que as informações são distorcidas da realidade e que o processo corre em segredo de justiça.

O Viagorarecebeu denúncia da professora de Direito, Glenda Santos de Almeida Borges, de que sua filha, a dentista Isadora Santos de Almeida Nogueira Barros, de 27 anos, foi agredida fisicamente pelo seu próprio tio e padrinho, o médico ginecologista Anatole Santos de Almeida Borges, em um condomínio localizado no bairro Piçarreira, zona Leste de Teresina.

Segundo a denunciante, o fato aconteceu na noite do dia 25 de junho por volta das 22h, quando o médico teria empurrado a vítima no chão e batido a cabeça dela em uma porta na sua própria residência.

Foto: Rede SocialMédico acusado de agressão.
Médico Anatole Borges

O relato foi feito a reportagem pela mãe de Isadora Santos, que informou que a filha não tem condições de falar pois encontra-se apavorada, tendo pesadelo e com medo até mesmo de sair de casa. Ela revela também que o caminho até a agressão se iniciou ainda na noite anterior após a descoberta de uma traição.

A professora contou que na sexta-feira, dia 24 de junho, o médico de 42 anos, que é seu irmão, estava em um aniversário junto a esposa, quando sua parceira afirmou que iria passar em outra festa de aniversário de um amigo.

De acordo com a professora, Anatole foi informado que sua esposa estava o traindo com outro médico em um restaurante da zona Leste da capital. “Ele se deslocou até o local e avistou ela se despedindo com um beijo no outro médico e com raiva ele jogou uma garrafa de cerveja no veículo do amante”, disse Glenda Santos.

Segundo a irmã, pela manhã no dia 25 de junho, o médico teria quebrado alguns objetos na residência do casal e sua esposa ligou aos prantos para sua filha Isadora Santos, relatando o ocorrido da noite anterior, afirmando que não desejava a separação e queria ajuda.

“Quando foi de manhã meu irmão quebrou umas coisas na casa dele e a tal da Maíra ligou para a Isadora, minha filha que foi agredida, se acabando de chorar. Ela pediu para a Isadora ir até lá e meu irmão tinha saído para a casa de um amigo dele. A Maíra começou a conversar dizendo que não queria se separar e que era para a Isadora conversar com ele, e nisso a Isadora vai direto lá conversar com meu irmão, ela foi a tarde conversar com meu irmão que estava em outro condomínio, na mesma região onde ele mora e ficou lá com ele”, relata Glenda.

Cenas de Horror

Conforme a professora, depois da conversa com o tio, Isadora Santos retornou ao condomínio onde o casal mora para pegar as crianças, a pedido da própria esposa do médico e leva-las para a casa dos avós. “Meu irmão chegou e disse que a Isadora não ia levar as crianças, e nisso minha filha fala ‘tio, eu vou levar, a Maíra pediu para eu levar para não ficar escutando briga de vocês’”, explicou.

Foto: Arquivo PessoalVítima agredida.
Vítima com marcas de agressão

A mãe de Isadora Santos relata que logo após a conversa, o acusado teve um acesso de fúria e deu início a cenas de horror.

“Ele empurrou minha filha, minha filha caiu do chão, ele puxou os cabelos dela, ela ficou tentando se sair, até que ele não se contentando em um acesso de fúria bateu a cabeça dela em uma porta, bateu, bateu, bateu até sair sangue. Minha cunhada foi que conseguiu tirar minha filha das mãos dele”.

Foto: Arquivo PessoalMarcas de agressão na vítima
Marcas de mais agressões na vítima

Isadora Santos foi resgatada por uma amiga, na qual ela mesmo ferida, conseguiu entrar em contato para pedir ajuda, contou a professora.

Glenda Santos explica que a amiga de sua filha juntamente com o namorado que é advogado, acionaram a Polícia Militar e conseguiram tirar Isadora do local e levá-la até a Central de Flagrantes de Teresina para relatar o ocorrido e prestar queixa.

Foto: Arquivo PessoalLocal da agressão
Local com marcas do sangue de Isadora na casa.

A Polícia Militar chegava ao condomínio quando Isadora Santos foi levada pela amiga e seu namorado para a Central, porém Glenda Santos afirma que os policiais não prenderam o médico em flagrante.

“Ligaram para a Central de Flagrantes e levaram para a Central para poder relatar, só que na hora que eles estavam saindo o carro da Polícia Militar estavam entrando no condomínio e não levou o meliante em flagrante”, disse a mãe da vítima.

Medida Protetiva

A mãe de Isadora Santos relatou ainda que no mesmo dia da agressão, a dentista fez o Boletim de Ocorrência e realizou no Instituto Médico Legal (IML) o exame de corpo de delito.

A professora disse também que foi solicitada uma Medida Protetiva, e que houve dificuldades para que o médico fosse encontrado, mas que na última quinta-feira ele recebeu o documento.

Glenda Santos declarou que ela e sua filha decidiram tornar o fato público para incentivar outras mulheres a denunciarem casos de violência que podem acontecer em vários âmbitos familiares.

“Eu quero tornar isso público porque é violência feita por uma pessoa que é de dentro da sua casa, que você confia, ele é tio dela, padrinho dela e compadre dela. Ele está feliz e satisfeito da vida como se nada tivesse acontecido. Isso é para alertar outras mulheres, porque minha filha poderia ter morrido como aquela advogada morreu no Rio Grande do Sul”, afirma.

A professora de forma enfática afirma que quer Justiça: “Eu quero que ele seja punido e processado pelo crime que ele cometeu, só isso, só isso que eu quero. A Isadora não quer danos morais, materiais, não quer nada, eu quero que ele seja punido e que a punição dele sirva de exemplo! ”.

Investigação

O caso está na fase de inquérito e sendo investigado pela Delegacia da Mulher da zona Sudeste, no Dirceu Arcoverde, presidido pela delegada titular Alessandra Santos.

Outro lado

Procurado pela reportagem, o médico Anatole Borges, através dos advogados de defesa Ana Luiza Sampaio e Marcelo Leonardo Pio emitiu uma nota sobre o assunto.

"Referente ao tema, informo a vocês que as informações são distorcidas da realidade e que o processo corre em segredo de justiça. A verdade dos fatos aparecerá. Confiamos no trabalho da Justiça".
 

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