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Quilombola diz que foi torturado com mangueira e ‘cacete’ pelos PM’s em Redenção do Gurguéia

A Polícia Militar através de nota informou que foi instaurado um procedimento para apuração dos fatos.

O Viagora obteve acesso ao Boletim de Ocorrência (BO) registrado nessa quarta-feira (24) pelo jovem quilombola Eduardo Nunes da Silva, de 19 anos, onde relatou ter sido espancado por policiais militares na comunidade quilombola Brejão dos Aipins, em Redenção do Gurguéia.

Consta no B.O, realizado na Delegacia de Bom Jesus, que o crime foi caracterizado como "tortura, resultado lesão corporal de natureza grave ou gravíssima". 

Segundo o boletim, Eduardo estava dentro da Escola Rural Filomena Nunes nessa terça-feira (23), por volta das 14h, quando uma viatura da PM com dois policiais chegou ao local e pediu para que ele se aproximasse. 

Foto: Divulgação/Arquivo PessoalMarcas de tortura.
Marcas de agressão
Em depoimento, o jovem narrou que logo depois os policiais questionaram se o seu nome era Mailson, momento em que ele negou e revelou sua identidade, porém os PMs não acreditaram. Eduardo afirmou que, para comprovar sua índole, pediu que o levassem até a comunidade onde todos o conhecem.

O quilombola relatou com detalhes à polícia como ocorreu a agressão e que os PMs utilizaram uma mangueira e um 'cacete'. “Os policiais o levaram para a viatura e seguiram para um matagal afastado da cidade. Em ato contínuo de acordo com a vítima os PMs pegaram uma mangueira que estava na viatura e um “cacete” que estava no mato e começaram a agredi-lo com esses objetos nas costas provocando lesões e que no momento das agressões os policiais perguntaram à vítima se ele ainda ia quebrar as coisas de sua mãe. A vítima em todo momento lhes afirmava que não se tratava da pessoa que eles achavam que era e estavam à procura”, diz trecho do B.O.

O jovem já foi submetido a exame pericial, solicitado pelo delegado Jucier Alyson Alves dos Santos, para constatar as lesões corporais e a intensidade.

Outro lado

Procurada pela reportagem a Polícia Militar do Piauí emitiu uma nota sobre o assunto. Confira abaixo o esclarecimento na íntegra:

A Polícia Militar do Piauí informa que tomou conhecimento da situação através das redes sociais. 

Por determinação do Comandante-Geral, foi instaurado um procedimento para apuração dos fatos. A Corregedoria da Policia Militar do Piauí segue acompanhando o caso com adoção das devidas providências cabíveis.


Teresina, 24 de janeiro de 2024

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