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Ministério Público Eleitoral efetuou 35 prisões no Piauí e quatro eram candidatos

Boca de urna foi o crime com maior número de registros

O Ministério Público Eleitoral (MPE) registrou 35 prisões em todo o Piauí durante as eleições municipais de 2012. Dos detidos, quatro foram praticados por quem disputava cargos eletivos. As ocorrências foram apresentadas no início da noite deste domingo, dia 7, pelo procurador regional eleitoral Alexandre Assunção, durante coletiva no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).

Os crimes eleitorais partiram, em alguns casos, por aqueles que deveriam ser os exemplos para seus eleitores. Em São Miguel do Tapuio, um candidato a vereador foi preso pela prática da boca de urna. Já em Avelino Lopes, um vereador, que tentava a reeleição, foi flagrado na madrugada do domingo com R$ 2.500 e material de propaganda; pela manhã, outra vereadora foi presa com material de campanha e praticando boca de urna. A compra de voto também motivou a prisão de um candidato à prefeitura de Simões do Piauí. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

A boca de urna foi o crime eleitoral mais registrado pelas promotorias eleitorais locais. Foram, ao todo, 12 prisões por sua prática. O município de São Raimundo Nonato, extremo-sul do Estado, foi o campeão da prática, registrando seis ocorrências. Os outros foram verificados nas cidades de Colônia do Piauí, Floriano, Bom Jesus, Parnaguá, Avelino Lopes e São Miguel do Tapuio com um registro em cada.

Práticas como transporte irregular de eleitores e porte ilegal de armas também foram registradas em muitas cidades piauienses, como: Picos, São Raimundo Nonato, Padre Marcos, Oeiras, Barras e São Miguel do Tapuio. Outras chamaram atenção dos promotores, como em Santa Rosa do Piauí, onde três veículos a serviço da Justiça foram apreendidos com materiais de campanha. Já em Inhuma, foram registradas denúncias de compra de votos por cinco vereadores do município; neste sentido, a Justiça expediu dez mandados de busca e apreensão de bens e dinheiro, numa soma de mais de R$ 100 mil.

"As prisões, principalmente as realizadas com apreensão de dinheiro, de material de propaganda, certamente vão redundar em ações penais. Constituem um forte delito e demonstra claramente a materialidade do crime", frisa Alexandre Assunção.

O procurador também ressalta que a quantidade de delitos registrados é um reflexo do trabalho dos órgãos de fiscalização: "tais ocorrências apenas indicam que os órgãos de fiscalização, principalmente o Ministério Público Eleitoral, agiram da maneira devida. Agiram para cumprir a lei e que a Lei seja respeitada nas eleições municipais do Piauí". Todas as ocorrências serão apuradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.


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